domingo, 29 de dezembro de 2013
domingo, 22 de dezembro de 2013
domingo, 15 de dezembro de 2013
domingo, 8 de dezembro de 2013
domingo, 1 de dezembro de 2013
domingo, 24 de novembro de 2013
domingo, 17 de novembro de 2013
domingo, 3 de novembro de 2013
domingo, 27 de outubro de 2013
Lou Reed - Walk On The Wild Side.
Morreu
Lou Reed
Estrela
do rock tinha 71 anos. Revelação da morte do músico norte-americano foi feita
na tarde deste domingo pela revista Rolling Stone.
O
músico, de 71 anos, tinha feito um transplante de fígado em Maio deste ano.
(Jornal Público – 27.10.2013)
A minha singela homenagem ao homem e artista.
A minha singela homenagem ao homem e artista.
domingo, 20 de outubro de 2013
domingo, 13 de outubro de 2013
domingo, 6 de outubro de 2013
domingo, 29 de setembro de 2013
domingo, 22 de setembro de 2013
domingo, 15 de setembro de 2013
domingo, 8 de setembro de 2013
domingo, 1 de setembro de 2013
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
domingo, 4 de agosto de 2013
domingo, 28 de julho de 2013
domingo, 21 de julho de 2013
domingo, 14 de julho de 2013
domingo, 7 de julho de 2013
Marco Rodrigues no Tempo - teatro Municipal de Portimão.
Marco
Rodrigues apenas sabe, até aos quinze anos, que o fado é um género musical e
que a sua maior diva é Amália Rodrigues. Quis o destino que o fado lhe entrasse
pela vida, sem pedir licença, quando se muda para Lisboa, vindo do Norte de
Portugal. E toda a sua vida muda…
Em
2010, Marco Rodrigues edita o seu segundo álbum –“Tantas Lisboas”(label Universal
Music Portugal) que tem como convidados Carlos do Carmo e Mafalda Arnauth e
conta, entre os compositores e letristas, com Boss AC, Tiago Torres da Silva,
Inês Pedrosa e Tiago Machado, que assina também a produção do álbum.
Marco
Rodrigues passa a infância e a adolescência sem qualquer ligação ao fado embora
sempre em contacto com outros géneros musicais. Mas o destino, esse, leva-o
para o fado – concorre à Grande Noite do Fado 1999, no Coliseu de Lisboa, e
vence na categoria Sénior, apesar da tenra idade.
Poucos
meses depois, Marco Rodrigues estreia-se como profissional no Café Luso, em
Lisboa – onde permanece, até 2012, como fadista e violista residente, assumindo
também a direção artística.
Atua
em Portugal, Espanha, França, Suíça e Inglaterra, a par de nomes como Carlos do
Carmo e Ana Moura, destacando-se a participação no concerto de Mariza, no Royal
Festival Hall, em Londres.
Um
ano depois do lançamento do seu primeiro álbum –“Fados da Tristeza Alegre”,
Marco Rodrigues é distinguido com o Prémio Amália Rodrigues 2007, na categoria
Revelação.
Marco
Rodrigues grava “O Tempo a Cantar” (original de Fernando Alvim que integra o
álbum “Fados e Canções do Alvim” [2011]), a convite do reconhecido músico, e
participa nos concertos ao vivo de Fernando Alvim na Casa da Música, no Porto e
no Teatro da Trindade, em Lisboa. Em agosto de 2011, grava um tema no novo
trabalho de Maria Gadú, a convite da cantora brasileira.“Mais uma Página”,
editado no Brasil em dezembro de 2011, integra a “A Valsa” - o dueto de Marco
Rodrigues com Maria Gadú.
A
2 de dezembro de 2011, Marco Rodrigues integra o elenco de fadistas que atua na
Gala Fado Património da Humanidade, espetáculo comemorativo da distinção do
Fado como Património Imaterial da Humanidade, atribuída pela UNESCO no final de
novembro do mesmo ano. Interpreta "A rima mais bonita", numa das
atuações mais aplaudidas do concerto transmitido em direto na RTP1.
Marco
Rodrigues é responsável pelo concerto de abertura dos espetáculos de Maria
Gadú, nos coliseus de Lisboa e Porto, em maio de 2012, recebendo os mais
elogiosos comentários da crítica:
«Canções
como “O Homem do Saldanha”, “A rima mais bonita” e o “Fado do estudante”, este
último cantado em coro pela plateia, envolveram o público presente a ponto de
aplaudir de pé o cantor e o trio que o acompanhava» (Jornal Hardmúsica);
«“Fado
do Estudante, de Vasco Santana, pôs todo o público a cantar com o fadista. A
“rima mais bonita” encerrou o concerto de Marco Rodrigues que foi aplaudido de
pé (…).» (www.espalhafactos.com);
«Depois
de um aquecimento animado, com fados tão conhecidos como o “Homem do Saldanha”,
Marco Rodrigues terminou com um Coliseu [do Porto] praticamente repleto a
trautear o “Fado do estudante” e a aplaudi-lo de pé.» (www.imagemdosom.com).
Marco
Rodrigues assume, em junho de 2012, as funções de diretor artístico da Adega
Machado, uma das mais conhecidas casas de fado em Lisboa, onde integra também o
elenco residente.
domingo, 30 de junho de 2013
Raquel Tavares - Lua de Maio.
Raquel
Tavares (Lisboa, 11 de janeiro de 1985) é uma fadista portuguesa.
Assinala a fadista Beatriz da Conceição como uma das suas maiores
referências.
O
seu nome ganhou uma notoriedade nacional no fado pela primeira vez em 1997, ano
em que, com 12 anos, venceu na Grande Noite do Fado, iniciativa da Casa da
Imprensa.
Ainda
antes de de lançar o seu álbum homónimo foi a "atracção nacional" na revista do
ano de 2005 "Arre Potter que é demais!", no Parque Mayer, mais
concretamente no Teatro Maria Vitória.
O
seu álbum Raquel Tavares chegaria em 2006, pela editora Movieplay. Na
produção esteve Jorge Fernando, que também tocou viola.
2006
foi ainda o ano em que recebeu o Prémio Revelação Amália Rodrigues, da Fundação
Amália Rodrigues.
Na
primavera de 2008, também pela Movieplay, saiu Bairro, o álbum de estúdio
seguinte produzido por Diogo Clemente que também toca viola de fado.
Este trabalho inclui ainda um DVD com realização de Aurélio Vasques e Ana Rocha
de Sousa.
Raquel
Tavares participou em diversas compilações, como em Novo Fado da
editora Difference, em 2006, onde interpreta "Meditando Eu a Vi" ou
na secção "Hoje" de Fado: Sempre! Ontem, Hoje e Amanhã = Always!
Yesterday, Today and Tomorrow, da iPlay, de 2008, com o tema
"Manjerico".
A
fadista foi uma das vozes escolhidas para participar na homenagem a Adriano
Correia de Oliveira, no CD e DVD da Movieplay, Adriano, Aqui e Agora: O
Tributo, de 2007, interpretando "Cantar Para Um Pastor", com arranjo
de Diogo Clemente, tendo ainda participado noutro tributo no mesmo ano,
neste caso no documentário João Pedro Moreira "Não Me Obriguem A
Vir Para A Rua Gritar: Tributo A Zeca Afonso", da SubFilmes.
Raquel
Tavares passou já por várias casas de fados ("Café Luso",
"Senhor Vinho", "Arcadas do Faia", "Adega
Mesquita", "Adega Machado"), sendo agora uma presença
regular na Casa de Linhares "Bacalhau De Molho", onde se podem também
encontrar nomes como Celeste Rodrigues, Maria da Nazaré, Ana
Moura, Jorge Fernando, Manuel Bastos, Maria do Carmo ou Vânia
Duarte.
As
suas actuações estendem-se além fronteiras, com visitas registadas a vários
países e cidades como Paris, Roma, Madrid e até a Santiago
do Chile.
domingo, 23 de junho de 2013
Teresa
Tapadas é mais uma das novas vozes do fado. Natural de Riachos, concelho de
Torres Novas, iniciou a sua carreira no final de 1994, depois de ter sido
solista do grupo Folclórico “Os Camponeses”.
Interessa-se
pelo fado quando ouve pela primeira vez Amália Rodrigues e Teresa de Noronha.
Apesar da sua curta carreira, tem cantado com regularidade, algumas das vezes,
ao lado de nomes grandes, como António Pinto Basto, Margarida Bessa ou Carlos
Zel.
O
jornal “O Independente”, já chegou mesmo a considerá-la como “uma das melhores
vozes da nova geração fadista”.
Dos
pontos altos do seu, ainda jovem, percurso artístico podem-se destacar a
participação no espectáculo “Raízes Rurais, Paixões Urbanas”, sob a direcção de
Ricardo Pais e Mário Laginha, e a presença no elenco na Semana do Ribatejo
Fadista na Expo-98, em Lisboa.
A
confirmação absoluta do seu talento surge em 2000, quando é distinguida com o
Prémio Revelação na Grande Noite do Fado na cidade do Porto.
No
final de 2004, surgiu, finalmente o seu primeiro álbum de originais. “Meu Grão
de Paraíso”, foi o título escolhido pela cantora. O disco conta com inéditos de
Rosa Lobato Faria, Carlos Baleia, João Conceição Dias e José Luís Gordo,
apresentando ainda temas conhecidos de Amália Rodrigues, Fernanda Maria,
Fernanda Baptista e Vasco Rafael. “ (Retirado do Museu do Fado).
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Alfredo
Rodrigo Duarte, que ficou conhecido por Alfredo Marceneiro, dada a sua
profissão, nasceu em Lisboa, no dia 29 de Fevereiro de 1888, embora o seu
bilhete de identidade referisse o seu nascimento a 25 de Fevereiro de 1891.
Filho
de Gertrudes da Conceição e Rodrigo Duarte, Alfredo foi o primeiro filho do
casal, seguiram-se dois irmãos - Júlio e Álvaro - e uma irmã - Júlia.
Em
1905, quando tinha apenas 13 anos, o seu pai faleceu e Alfredo Duarte abandonou
os estudos para ir trabalhar e ajudar no sustento da família. O seu primeiro
emprego foi o de aprendiz de encadernador.
Tomou
contacto com o Fado ao assistir às cegadas de rua. Conheceu então Júlio Janota
que, para além de participar nas cegadas, tinha o ofício de marceneiro e lhe
arranjou lugar como seu aprendiz numa oficina em Campo de Ourique.
Alfredo
Duarte começou por cantar Fados nos bailes populares que frequentava, entre os
14 e os 17 anos. É nesta altura, em 1908, que faz a sua estreia na cegada do
poeta Henrique Lageosa, inspirada no argumento do filme mudo O Duque de Guise,
onde interpreta o papel da amante do Duque.
Para
além de participar nas cegadas, onde desenvolve o seu método de dizer bem e
dividir as orações, Alfredo Duarte começa a cantar em diversas festas de
solidariedade e nos retiros do Caliça, Bacalhau, José dos Pacatos, Cachamorra,
Baralisa e Romualdo, mas é no 14 do Largo do Rato que se torna mais conhecido.
É
alcunhado de "Alfredo Lulu" por se vestir de forma elegante e
aprumada, mas será o apelido de "Marceneiro", que se eternizará,
cantado pelo próprio fadista no poema de Armando Neves, de que reproduzimos um
excerto:
"Orgulho-me
de ser em toda a parte
Português
e fadista verdadeiro,
Eu
que me chamo Alfredo, mas Duarte
Sou
para toda a gente o Marceneiro"
Esse
nome artístico - "Alfredo Marceneiro" - surge numa festa de homenagem
aos cantadores Alfredo dos Santos Correeiro e José Bacalhau, como o próprio
fadista conta: "Uma noite fui convidado por amigos que já me tinham ouvido
cantar em paródias próprias da idade a ir ao Club Montanha (hoje Ritz). Dirigia
a festa o poeta Manuel Soares e perguntou: «Quem é este rapazinho? Como se
chama? Que ofício tem?» Então, quando me apresentou ao público, esquecendo o
meu apelido, anunciou: «Vai cantar a seguir o principiante Alfredo...
Alfredo... Olhem não me ocorre o apelido. É Alfredo... Marceneiro...» E ainda hoje
sou o Alfredo Marceneiro." (cf.”Guitarra de Portugal”, 15 Julho de 1946).
Ao
longo da sua vasta carreira, e apesar de manter a sua profissão de marceneiro,
Alfredo Duarte é contratado para exibições em casas como o Clube Olímpia, onde
esteve com Armandinho, Júlio Proença e Filipe Pinto, e depois em outras casas
típicas como a Boémia, na Travessa da Palha, o Ferro de Engomar, o Castelo dos
Mouros, o Solar da Alegria, ou o Júlio das Farturas, onde cantou durante um
ano.
No
ano de 1924 participa num concurso de Fados do Sul-América, um espaço situado
na Rua da Palma, e onde ganhou a "Medalha de Ouro". Nesse mesmo ano
canta durante dois meses no Chiado Terrasse para animar as noites de cinema e é
presença na "Festa do Fado" organizada pelo jornal "Guitarra de
Portugal" no Teatro São Luiz.
A
partir desta data a sua carreira prossegue com grande sucesso actuando em casas
como o Retiro da Severa, o Solar da Alegria ou o Café Mondego. Chega mesmo a
ter a sua própria casa, o Solar do Marceneiro, no final da década de 1940, mas
sendo um espírito irrequieto não consegue cingir-se a cantar diariamente nesse
espaço.
Como
exemplo dos momentos mais evidentes da admiração e fama que adquiriu ao longo
da sua longa carreira salientamos: a organização de uma festa artística, em
1933 no Júlio das Farturas do Parque Mayer; em 1936, o segundo lugar do título
"Marialva", ganho num concurso do Retiro da Severa; a 10 de Maio de
1941 um outro espectáculo denominado "Festa Artística de Alfredo
Marceneiro", desta feita no Solar da Alegria; ou, ainda, a consagração
como "Rei do Fado", no Café Luso, a 3 de Janeiro de 1948.
Apesar
do sucesso da sua carreira nunca saiu de Portugal para actuações e raramente
deixou Lisboa, embora na década de 1930 tivesse integrado alguns espectáculos
de grupos criados para efectuar tournées por Portugal, caso da "Troupe
Guitarra de Portugal", com Ercília Costa, Rosa Costa, Alberto Costa, João
Fernandes (guitarra) e Santos Moreira (viola); ou da "Troup Artística de
Fados Armandinho", com Armandinho, Georgino Gonçalves, Cecília d’ Almeida,
Filipe Pinto e José Porfírio.
Alfredo
Marceneiro cantou também no Teatro, subindo ao palco do Coliseu dos Recreios,
em 1930, com a Opereta "História do Fado", onde actuavam Beatriz
Costa e Vasco Santana. As suas interpretações em palcos de teatros incluíram
também o São Luiz, o Avenida, o Apolo, o Éden - Teatro, o Capitólio, o
Politeama, o Maria Vitória, e outros.
Em
1939, com a conhecida cantadeira Berta Cardoso, grava actuações no Teatro
Variedades e no Retiro do Colete Encarnado, que serão apresentadas no
filme" Feitiço do Império", de António Lopes Ribeiro. O "Feitiço
do Império" estreia nas salas de cinema em 1940, e tem apresentações até
1952. O filme foi protagonizado por Luís de Campos e Isabela Tovar, Francisco
Ribeiro (Ribeirinho), António Silva e Madalena Sotto. Lamentavelmente, a
película existente na Cinemateca Portuguesa apresenta-se bastante deteriorada.
As
gravações discográficas da sua obra não são muitas, uma vez que não apreciava
cantar senão nos locais que considerava próprios e com a presença do público.
Assim, apesar de ter gravado o seu primeiro disco, para a Casa Cardoso, em
1930, com os temas "Remorso" e "Natal do Criminoso", passou
logo depois a ser artista privativo da Valentim de Carvalho. Seguiram-se apenas
quatro LP’s e três EP’s, o último, "Fabuloso Marceneiro", gravado aos
70 anos.
O
fadista também fez poucas aparições em programas de televisão. Em 1969, uma
equipa técnica constituída por Henrique Mendes e Carlos do Carmo, como
produtores, Luís Andrade, como realizador e José Maria Tudella, como operador
de imagem, tem de se deslocar ao Bairro Alto para acompanhar Alfredo Marceneiro
nas suas interpretações e poder assim realizar uma reportagem documental para a
RTP. Dez anos mais tarde, em 1979, será pela intervenção do seu neto Vítor
Duarte, que acederá a realizar um programa para a RTP, o qual foi exibido a 14
de Janeiro de 1980 e editado em DVD, pela Ovação, em 2007.
Apesar
da sua fama e sucesso crescente mantém a profissão de marceneiro, até à década
de 1930 nas oficinas de Diamantino Tojal e, posteriormente, nas Construções
Navais do Arsenal do Alfeite, que depois passaram a ser administradas pela
C.U.F..
Só
em 1946 se dedica exclusivamente ao Fado como profissional, conservando no
entanto em casa o banco de marceneiro e as ferramentas com que se entretinha a
fazer pequenos trabalhos, um dos quais "A Casa da Mariquinhas", obra
que merece especial relevo pelo cariz emblemático que assume para a própria
História do Fado de Lisboa. Trata-se de uma construção em madeira, na escala de
1 por 10, em que, inspirado na letra de Silva Tavares, construíu/reconstruíu a
casa evocada na descrição do poeta. Esta peça está actualmente na exposição
permanente do Museu do Fado.
Alfredo
Marceneiro considerava-se um estilista e nesta criação de estilos acabou por
ser autor de composições que são hoje consideradas Fados tradicionais. A sua
primeira composição foi a "Marcha do Alfredo Marceneiro", mas
seguiram-se muitas outras como: "Fado Laranjeira", "Lembro-me de
ti", "Fado Bailado", "Fado Bailarico", "Fado
Balada", "Fado Cabaré", "Fado Cravo", "Fado
CUF", "Fado Louco", "Mocita dos Caracóis", "Fado
Pagem", "Fado Pierrot", "Bêbado Pintor" e "Fado
Aida". Com a ajuda de Armando Augusto Freire (Armandinho), que lhe passa
para pauta as suas criações, o fadista regista as suas músicas na Sociedade de
Escritores e Autores Teatrais Portugueses.
O
fadista foi pai de cinco filhos. Os primeiros dois: Rodrigo Duarte e Esmeraldo
Duarte, resultaram de duas relações efémeras e os outros três: Carlos, Alfredo
e Aida são fruto da sua união com Judite de Sousa Figueiredo com quem viveu até
à data da sua morte, a 26 de Junho de 1982.
"Ti’
Alfredo" para os fadistas e amigos continua a ser considerado um dos
fadistas maiores, seguido como um modelo na forma de dividir os versos
cantados, não permitindo que as pausas musicais interrompam o sentido das
orações. A sua figura característica, sempre de boina e lenço de seda ao
pescoço, será recordada juntamente com o seu modo particular de interpretar,
com o balancear de ombros e tronco e as mãos nos bolsos.
Alfredo
Marceneiro reforma-se em 1963, realizando-se a 25 de Maio desse ano, no Teatro
S. Luiz, a festa de título: A MADRUGADA DO FADO - Consagração e despedida do
Grande Artista Alfredo Duarte Marceneiro. Na verdade esta não foi uma
despedida, Alfredo Marceneiro continuou a cantar durante quase mais duas
décadas.
Em
23 de Junho de 1980, numa cerimónia realizada no Teatro São Luiz, é-lhe
entregue a "Medalha de Ouro de Mérito da Cidade de Lisboa", pelo
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Eng.º Krus Abecassis.
Homenagens
póstumas:
-
"Comenda da Ordem do Infante D. Henrique", atribuída a 10 de Junho de
1984 pelo Presidente da República General Ramalho Eanes;
-
A Câmara Municipal de Lisboa dá o seu nome a uma rua do Bairro de Chelas;
-
Em 1991 foi comemorado o centenário do nascimento do fadista e entre outros
eventos foi lançado o duplo álbum "O melhor de Alfredo Marceneiro"
(EMI-Valentim de Carvalho) e foi exibido na RTP o documentário "Alfredo
Marceneiro é só Fado".
segunda-feira, 10 de junho de 2013
Fernando Farinha - Belos Tempos.
Fernando
Tavares Farinha nasceu no Barreiro a 20 de Dezembro de 1928, embora no seu
Bilhete de Identidade seja indicada a data de 5 de maio de 1929. Quando tinha
apenas 8 anos a família muda de residência para o bairro da Bica, em Lisboa.
Em
1937, com apenas nove anos de idade começou a cantar o Fado e participou em
representação do bairro da Bica num concurso inter bairros, o que lhe valeu o
subtítulo que ficou por toda a sua vida - o " Miúdo da Bica ".
Fernando Farinha começou assim a cantar nesse concurso realizado na verbena de
Santa Catarina de que era proprietário José Miguel.
Quando
tinha 11 anos o seu pai faleceu e, com uma licença especial e ajuda do
empresário José Miguel, Fernando farinha tornou-se fadista profissional,
contribuindo com os seus cachets para o sustento familiar.
Desta
forma foi contratado pelo mesmo empresário para cantar nas verbenas do Alto do
Pina, Ajuda, Santo Amaro e outras, a que se segue a sua primeira integração num
elenco de casa de Fado, no Café Mondego, situado na Rua da Barroca.
O
seu primeiro disco foi gravado em 1940 e incluía os temas: “Meu Destino” e
“Sempre Linda”. No ano seguinte, 1941, fará a sua estreia na revista,
participando na revista “Boa vai ela”, no Teatro Maria Vitória. Voltará apenas
a actuar mais uma vez em teatro de revista, muitos anos mais tarde, em 1963, na
peça “Sal e Pimenta”.
Após
a passagem pelos palcos e o lançamento do seu primeiro disco, Fernando Farinha
volta a apresentar-se no circuito de casas típicas, passando pelo “Retiro da
Severa”, “Solar da Alegria”, “Café Latino” ou “Café Luso”, entre outros
espaços.
Fernando
Farinha faz a sua primeira digressão ao Brasil com 23 anos. Permanece quatro
meses nesse país, contratado para actuar na “Taverna Lusitana”, na Rádio Record
e na TV Tupi de São Paulo. Quando regressa a Portugal integra o elenco da
“Adega Mesquita”, onde permanecerá a partir de 1951 por um período de onze
anos.
Em
1960 ganha o concurso "A Voz Mais Portuguesa de Portugal " e, no
mesmo ano, festeja as suas Bodas de Prata artísticas, no Coliseu dos Recreios,
em Lisboa, e depois no Palácio de Cristal, no Porto.
Em
1961 é-lhe atribuída a 2º classificação no concurso Rei da Rádio, no ano
seguinte recebe a Taça Rei da Rádio de 1º classificado e, no ano de 1963, o
Óscar da Casa da Imprensa para o melhor fadista.
Fernando
Farinha filmará a sua história na película "O Miúdo da Bica ", num
filme realizado por Constantino Esteves que se estreia no Éden em Julho de
1963. No ano seguinte, 1964, o mesmo realizador apresentará o filme "A
Última Pega", com Leónia Mendes, Fernando farinha, Júlia Buisel, Cunha
Marques e Vicente da Câmara.
Em
1965 é convidado a actuar em Paris, para os emigrantes portugueses e no mesmo
ano deslocou-se ao Canadá e Estados Unidos da América onde voltou posteriormente
devido ao êxito ali alcançado. Nas décadas seguintes será sobretudo para as
comunidades emigrantes da Europa e da América do Norte que Fernando Farinha
actuará, fazendo espectáculos na Bélgica, França, Alemanha, Estados Unidos e
Canadá.
Para
além de ter popularizado temas como “O Miúdo da Bica” ou “Fado das
Trincheiras”, o fadista foi também autor e compositor de muitos temas, os quais
estão registados na Sociedade Portuguesa de Autores.
Alguns
temas da sua autoria que interpretou com grande sucesso foram o “Belos Tempos”,
“Eu ontem e hoje”, “Um Fado a Marceneiro”, “Estações de Amor” ou “Cinco
Bairros”. Mas muitos desses temas que criou foram interpretados por outros
intérpretes, como é o caso de “O teu olhar”, interpretado por Carlos Ramos;
“Lugar vazio”, cantado por Tony de Matos e Hermínia Silva; “Fado Rambóia” e “Já
não tens coração”, popularizados por Manuel de Almeida; ou ainda “Isto é Fado”,
cantado por Fernanda Maria, apenas para citar alguns exemplos.
Fernando
Farinha gostava também de fazer caricaturas dos seus colegas e companheiros de
profissão, aos quais oferecia muitas vezes os resultados desta sua arte.
O
fadista faleceu a 12 de Fevereiro de 1988.
Observações:
A
Câmara Municipal de Lisboa, no intuito de perpetuar a memória do fadista, atribuiu
o seu nome a um arruamento da Freguesia de Marvila.
Última
actualização: Abril/2008.
domingo, 2 de junho de 2013
Rodrigo - Parece que é bruxo.
Nascido
a 29 de Junho de 1941,na freguesia da Graça, em Lisboa, foi baptizado com o
nome de Rodrigo Ferreira Inácio.
Aos
18 anos, foi convidado a fazer parte de um conjunto musical denominado "Os
Cinco Reis".Este grupo obteve grande sucesso no início dos anos 60, tendo
participado em muitos programas de televisão, em directo. Grava um disco de
êxito (“O Pepe”) apresentando-se em muitas salas de Lisboa e não só, donde se
destaca o então famosíssimo “Passatempo para Jovens”.
Aos
21 anos, sente necessidade de aprender algo mais que o ajude a fazer face à
vida. Assim, vai para França afim de aprender a língua francesa. Na véspera da
partida para Paris, resolve fazer uma festa de despedida com alguns amigos,
passando a noite a fazer aquilo a que normalmente se chama visitar as
“capelinhas”. Terminaram a noite numa casa de fados em Alcântara, a velha “Cesária”,
local onde nunca tinha entrado. Ao integrar-se naquele ambiente, não sendo
propriamente um apreciador de fado, sentiu algo de muito forte naquela sala,
perguntando-se: “Que Fenómeno este tão estranho, que leva todos os
presentes a transformarem-se quando se ouve o tocar duma guitarra acompanhando
qualquer voz por muito rouca que seja e sentir que em tudo aquilo que se sente
e ouve, há muito de Portugal?”.
Incitado
pelos amigos, resolveu participar daquele ambiente fadista cantando o único
fado que sabia, por estar muito na moda e o ouvir muitas vezes na rádio: “Biografia
do Fado”, celebrizado por um grande senhor do Fado: Carlos Ramos. Mal
acabou de cantar, sentou-se, pois não sabia mais nenhum. Dos que o ouviram,
ninguém queria acreditar que aquele rapaz afável e educado, desconhecesse
outros fados e mais ainda, que seria a primeira vez que o teria cantado. Depois
de muitas explicações (toda a gente o queria ouvir cantar mais), lá
acreditaram, por sentirem estar a falar a verdade.
Este incidente marcou-o
para o resto da vida. Já em França, com bastante surpresa sua, o momento que
mais recordava, para além da saudade que sentia da família, era o daquele
mágico momento fadista.
Aos
26 anos regressa definitivamente a Portugal e grava o seu primeiro
disco, “A Última Toirada Real em Salvaterra”.Embora o tenha gravado na
qualidade de amador, o disco obteve enorme sucesso, o mesmo acontecendo aos
discos que se seguiram. É então que, aos 30 anos, se torna profissional,
deixando o cargo de Sócio-Gerente de uma conhecida editora gráfica para se dedicar
exclusivamente à sua paixão:O FADO.
Embora
nascido em Lisboa, é conhecido pelo “fadista de Cascais”, onde vive há cerca de
quarenta anos. Durante 31 anos foi proprietário do "Forte D.
Rodrigo" - uma das mais famosas Casas de Fado, em Cascais.
Fica
assim explicado o facto do seu nome estar sempre ligado a Cascais, como se
comprova através de variadíssimos artigos escritos em publicações em muitas
partes do Mundo, o que levaria a Câmara Municipal de Cascais a distingui-lo com
medalha de mérito, passando assim a fazer parte dos notáveis do
Concelho.
A
sua discografia conta com trinta e seis trabalhos de longa duração, na sua
maioria, discos de ouro ou prata, donde se destaca o seu mais recente trabalho
intitulado «Marés de Saudade» (Novembro de 2002). Divulgador da canção Lisboeta
em todo o Mundo, RODRIGOrepresentou inúmeras vezes o nosso País em
certames internacionais, fazendo-o sempre de maneira honrosa, donde se destacam
as seguintes participações:
-
Primeiro centenário da Cidade de Joanesburgo - África do Sul
-
Festival Autour du Monde-Casino de Monte Carlo - Mónaco
-
Festival del Sol – Trujillo, Espanha
- Jantar
de Gala em Honra do Presidente norte-americano Jimmy Carter, em Washington
Por
tudo isto, não terá sido surpreendido ao ser distinguido peloSenado, com o
Diploma de Agradecimento pela sua prestação cultural ao povo do Estado de Rhode
Island, nos Estados Unidos da América.
Durante
os seus 40 anos de carreira, actuou em diversas salas de espectáculo e cadeias
de televisão pelos cinco cantos do Mundo. Exemplos: Espanha, Alemanha, França,
Canadá, Estados Unidos da América, Brasil, Venezuela, África, etc.
Actualmente,
com 66 anos, RODRIGO é, sem dúvida, um caso raro de popularidade e simpatia,
premiado pela admiração, carinho, respeito e amizade de todo o Povo Português.
(http://rodrigofadista.blogspot.pt/)
domingo, 26 de maio de 2013
Teresa Tarouca _ Saudade, Silêncio e Sombra.
D.
Tereza de Jesus Pinto Coelho Telles da Silva (Lisboa, 4 de Janeiro de 1942)
é uma fadista portuguesa.
Oriunda
de uma família ligada à música e representante do fado aristocrático, é neta
paterna da 12.ª Condessa de Tarouca, prima afastada de D. Maria
Teresa de Noronha e prima de D. Frei Hermano da Câmara. Filha de
Sebastião Eduardo António Telles da Silva Valente Moreira (Aveiro, Esgueira,
22 de Novembro de 1914 - Lisboa, 18 de Agosto de 1982) e de sua mulher (Lisboa,
28 de Dezembro de 1939) D. Mariana do Carmo da Câmara Pinto Coelho (Coimbra, 4
de Dezembro de 1913 - Lisboa, 12 de Abril de 1992), irmã do Dr. Domingos
José da Câmara Pinto Coelho, deputado à Assembleia Nacional, bastonário da
Ordem dos Advogados, e político católico na IIª República.
Menina-prodígio,
começou a cantar desde muito cedo, influenciada por Amália Rodrigues e Maria
Teresa de Noronha. A sua primeira apresentação em público aconteceu, com apenas
13 anos. Assinou contrato com a RCA, em 1961, para a gravação do
primeiro disco.
Também
gravou folclore com temas como: REBATIDA, PASTORINHA, O LENÇO, NOSSA SENHORA DA
LAPA, AI QUEM ME DERA, ANDA O SOL ATRÁS DA LUA, OH AI ESTEJA QUEDO, UM AI, MEU
AMOR, UM AI, ROSAS, PENAS TEM QUEM AMORES, CHAPEU ALTO, VIRA DO CORAÇÃO.
Partiicpou na revista "Preço Único"
Trabalhou
com uma vasta galeria de autores de qualidade como D. António de Bragança, João
de Noronha, Casimiro Ramos, João Ferreira-Rosa, Francisco Viana, Alfredo
Marceneiro, D. Nuno de Lorena, Pedro Homem de Mello e Maria Manuel
Cid.
Teresa
Tarouca ganhou vários prémios nacionais e internacionais e actuou em muitos
países como Dinamarca, Bélgica, Espanha, Estados Unidos e Brasil.
Em 1989 foi
editado o álbum "Tereza Tarouca Canta Pedro Homem de Mello", um disco
emblemático da sua carreira.
Na década
de 1990 retirou-se praticamente da carreira artística.
Algumas
das suas canções mais conhecidas são "Mouraria", "Deixa Que Te
Cante Um Fado", "Fado", "Dor e Sofrimento",
"Passeio à Mouraria", "Saudade, Silêncio e Sombra",
"Não Sou Fadista de Raça", "Meu Bergantim" e "Zé
Sapateiro".
domingo, 19 de maio de 2013
Lucília do Carmo - Maria Madalena.
Lucília
Nunes de Ascensão do Carmo (Portalegre, 4 de Novembro de 1919 - Lisboa,
19 de Novembro de 1998) foi uma célebre fadista portuguesa, mãe
de Carlos do Carmo.
Aos
cinco anos, juntamente com a sua família, chefiada por seu pai Francisco,
estabelece-se em Lisboa.
A
sua estreia como fadista aconteceu no Retiro da Severa, no ano de 1936,
quando apenas contava 17 anos, na presença dos proprietários e empresários das
mais típicas casas de fado de Alfama, Bairro Alto e Mouraria,
tipicamente os três bairros fadistas de Lisboa. A sua presença
em palco e voz captaram as atenções do público e o reconhecimento
veio rapidamente.
Casada
com Alfredo de Almeida, em 1939, nasce o seu filho Carlos do Carmo que,
influenciado pela sua mãe, mais tarde se tornaria num grande fadista, com uma
bem sucedida carreira nacional e internacional.
Em 1947,
dois anos depois do fim da Segunda Grande Guerra, abriu a sua própria casa
de fados, chamada Adega da Lucília, que mais tarde mudou o nome para O
Faia. A casa, onde actuava frequentemente, localizava-se no Bairro Alto,
em plena Rua Barroca. Atraiu para o local alguns dos seus amigos, como Alfredo
Marceneiro e Tristão da Silva. Ary dos Santos, que frequentava O
Faia, disse da fadista «Lucília do Carmo é, quanto a mim, um clássico do fado!» .
Retirou-se
durante cinco anos das rodas culturais lisboetas, e partiu para o Brasil.
Após o seu retorno realizou algumas digressões no estrangeiro, mas poucos discos gravou.
Entre
os seus êxitos contam-se Leio em teus olhos, Foi na Travessa da Palha, Maria
Madalena, Não gosto de ti, Preciso de te ver, Senhora da Saúde, Olhos
garotos, Antigamente, Tia Dolores , Loucura ,Zé Maria, Lá
vai a Rosa Maria.
domingo, 12 de maio de 2013
Manuel de Almeida - Teus olhos são dois garotos.
Manuel
Ferreira de Almeida nasceu, em Lisboa, no dia 27 de Abril de 1922.
Estreou-se
profissionalmente em 1951 no "Tipóia". Em 1962 recebe a Festa de
Consagração no Pavilhão dos Desportos. Recebe também o prémio da casa da
Imprensa.
Em Barcelona grava,
com Mariana Silva, o seu primeiro LP. Os seus dois primeiros LP são
gravados para a editora catalã Belter.
Esteve
doze anos na Casa Típica "A Tipóia" e onze no restaurante típico
"Lisboa à Noite". Em 1979 é convidado para actuar no "Forte Dom
Rodrigo", em Cascais, propriedade de Rodrigo, onde esteve até ao
fim da sua vida.
Manuel
de Almeida e Rão Kyao actuaram na Coreia do Norte, em 1986, no
"Festival da Primavera, da Amizade e da Arte". Em 1987 foi editado o
álbum "Eu Fadista Me Confesso", produzido por Rão Kyao.
Em
Fevereiro de 1994, por ocasião das suas bodas de ouro, foi homenageado no Teatro
São Luiz, em Lisboa. Em 1995, recebeu o Prémio de Interpretação no
"Les Blues de l`Europe", em Saint-Severe (França).
Morreu
em 3 de Dezembro de 1995. Em 1996 recebeu da Casa da Imprensa, a título
póstumo, o Troféu-Prémio Carreira. (wikipe´dia)
domingo, 5 de maio de 2013
Mariza - Oh gente da minha terra
Marisa
dos Reis Nunes Com IH (Lourenço Marques, 16 de Dezembro de 1973)
é o nome de nascimento da fadista portuguesa Mariza, segundo ela
própria corrige na TSF à conversa com Carlos Vaz Marques em 2003,
«cantadeira de fados».
Tem
sido presença regular em palcos como o Carnegie Hall, em Nova Iorque,
o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, o Lobero Theater, em
Santa Bárbara, a Salle Pleyel, em Paris, a Ópera de Sydney ou
o Royal Albert Hall. O jornal britânico The Guardian considerou-a
«uma diva da música do mundo».
Marisa
nasceu em Lourenço Marques (actual Maputo), capital da província ultramarina
portuguesa de Moçambique. É filha de pai português, José Brandão Nunes, e mãe
moçambicana, Isabel Nunes. Nasceu prematura, de seis meses e meio sem qualquer
justificação clínica aparente, e, segundo declarações da cantora à SIC,
o pai considerava-a o bebé mais feio que alguma vez vira. Segundo ela
«ainda tinha as orelhas coladas e os olhos por abrir» e o próprio
pai pensou que não sobreviveria.
Ao
colo da mãe, com três anos, chegou ao Aeroporto da Portela em Lisboa,
pela primeira vez em 1977. Na actual Maputo, o pai trabalhara como
gerente de uma empresa Holandesa de nome Zuid. Durante o êxodo das famílias
portuguesas nas antigas colónias ultramarinas portuguesas, o pai abandonou
Moçambique com a família mais chegada, escolhendo Lisboa para recomeçar uma
nova vida. Instalaram-se em Corroios e mais tarde no n.º 22 da
Travessa dos Lagares, na Mouraria.
Em 1979 reabriram
o restaurante Zalala no bairro típico de Lisboa, Mouraria,
berço do fado e frequentado por inúmeros fadistas de referência, como Fernando
Maurício e Artur Batalha bem como Alfredo Marceneiro Jr, filho
de Alfredo Marceneiro, que levou Mariza com 7 anos a cantar pela primeira
vez num ambiente profissional na Casa de Fado Adega Machado. Zalala, hoje
fechado, o restaurante onde Mariza cresceu, foi assim nomeado em homenagem a
uma praia moçambicana.
Foi
o pai que determinou o gosto da cantora pelo fado. Segundo ela, o pai
estava «sempre a ouvir fado e, na hora das refeições, nunca se via televisão;
ouviam-se discos, sempre de fado…» Fernando Farinha, Fernando
Maurício, Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, entre muitos outros,
eram os predilectos de José Nunes, e foram os que mais influenciaram a forma de
cantar de Mariza.
Com
cinco anos de idade, recebeu o seu primeiro xaile, e começou então a moldar a
voz que a tornou famosa. Sobre o estabelecimento onde aprendeu a cantar o fado
e onde actuou pela primeira vez aos cinco anos, já envergando um xaile negro,
Mariza referiu:
Foi
aqui que toda a história começou. Se calhar é aqui que vai acabar. Tudo pode
acabar de repente, tal como começou, e eu volto à minha Mouraria e à
taberninha dos meus pais para servir dobradinhas e copos de vinho que não me
chateia nada!
|
—
|
Ali
cruzou-se «com tantos fadistas que as suas caras já se esfumam na memória». O restaurante permanece
fechado há vários anos mas ainda conserva na porta a placa com o seu
nome e uma legenda que diz «O cantinho do artista».
Apenas
na adolescência começou a ser levada a sério como cantora, mas os
pais admitiram em várias entrevistas saberem que a filha tinha um «dom». O
primeiro fado que interpretou no Zalala foi Os Putos, de Carlos
do Carmo, que o seu pai lhe ensinou fazendo desenhos em toalhetes de papel. Ainda
a menina não sabia ler, e era a forma de decorar os fados preferidos pelo pai,
assim como Ó Ai Ó Linda e Menina das Tranças Pretas.
O
recreio da escola primária da Mouraria era um palco para a menina de seis anos.
Em entrevista ao Correio da Manhã, a antiga auxiliar de educação da
escola, Dª. Fernanda, referiu qua a jovem fazia uma roda com as colegas e
depois ia para o meio delas onde cantava, com as professoras de vigia nos
vestíbulos ou atrás das janelas, para que não se sentisse constrangida.
Outro
dos seus hobbies era o sapateado, praticado à porta de casa com caricas de Coca-Cola coladas
nos sapatos. Cantava em casa e, a cumprir o papel de microfone,
utilizava latas de laca e desodorizantes. «Era a minha
imitação do Fred Astaire!», declarou posteriormente.
Já
na adolescência, Mariza passa a frequentar a Escola Secundária Gil Vicente. Era
hábito seu fugir de casa para ir ouvir as noites de fado para o Grupo
Desportivo da Mouraria, onde permanecia à porta, já que não lhe permitiam a
entrada.
Até
se assumir como fadista cantou diversos géneros musicais como, pop, gospel, soul, jazz e
ainda música ligeira, acompanhando o artista/cantor Luís Filipe Reis. Na época,
não caía bem entre os amigos dizer que um dos seus hobbies era cantar fado.
Formou com alguns amigos uma banda de covers de nome Vinyl, e
costumavam cantar no bar Xafarix, em Lisboa. Mais tarde formou os Funkytown.
A música
brasileira era uma atracção para Mariza que viveu durante cinco meses no Brasil,
no ano de 1996.
Foi
numa das mais típicas casas de fados de Lisboa, o Sr. Vinho, propriedade
de Maria da Fé e de José Luís Gordo, situada na Lapa, que
Mariza começou a cantar mais profissionalmente. «Maria da Fé foi praticamente a
professora dela aqui», segundo José Luís Gordo, que chegou a escrever dois
fados para a intérprete. A primeira música que cantou em público foi Povo
que lavas no rio. Cantou também noCafé Café, propriedade de Herman
José.
domingo, 28 de abril de 2013
Água Louca da Ribeira - Ricardo Ribeiro.
Ricardo
Alexandre Paulo Ribeiro nasceu em Lisboa, a 19 de Agosto de
1981, onde foi criado no Bairro da Ajuda, tendo começado a
cantar aos 9 anos de idade para os amigos.
Impulsionado
por uma tia, a sua estreia aconteceu aos 12 anos, no Grupo Desportivo
"A Académica da Ajuda", sendo acompanhado à guitarra por Carlos
Gonçalves e à viola José Inácio, que se tornaria um dos seus mestres.
Participa
na Grande Noite do Fado de 1996, em Lisboa, arrecadando o 2º lugar.
Vence esta iniciativa da Casa da Imprensa no ano seguinte e já em
1998 volta a vencer mas já na categoria de seniores masculinos.
Ao
mesmo tempo que estuda no Colégio Diocesano Andrade Corvo, em Torres
Novas, aos 15 anos Ricardo passa a integrar o elenco do Restaurante
Típico "Os Ferreiras", na freguesia da Pena, ao lado de
nomes como Fernando Maurício (que considera seu mestre)
e Adelino dos Santos, guitarrista de quem diz ter recebido muitos
ensinamentos.
Passa
mais tarde para o Bairro Alto, actuando no Restaurante Típico
"Nô-Nô", O Faia ou Café Luso. Actualmente faz parte do
elenco da Casa de Fado Marquês da Sé e actua ainda, aos sábados,
na Mesa de Frades, ambos em Alfama.
Em
2001 representa Portugal, a convite do Ministério da Cultura francês, num
festival de culturas realizado na casa doada pela actriz Maria
Casarès à localidade de Alloue, Charente, França.
Em
2004 participa em A Tribute to Amália Rodrigues, uma compilação de
homenagem à fadista portuguesa, editada em 6 de Outubro pela World
Connection. O tema escolhido foi "Quando se Gosta de Alguém",
com letra de Amália e música de Jorge Fernando. Neste álbum participam
também nomes como Ana Moura, Argentina Santos, Cristina
Branco, Joana Amendoeira, Maria da Féou Jorge Fernando mas
também alguns artistas fora da esfera do fado como Ciganos
D'Ouro, Raul Marques e os Amigos da Salsa, V
Império ou Vozes da Rádio.
O
álbum Ricardo Ribeiro sai ainda em 2004 pela editora Companhia
Nacional de Música. Este álbum está marcado pelo fado tradicional mas com
quatro excepções trazidas por Jorge Fernando, Paco González e Manuel Mendes,
contando ainda com letras escritas para si por José Luís Gordo e Rui
Manuel.
No
ano de 2005 é agraciado com o Prémio Revelação Masculina da Fundação Amália
Rodrigues. Entra também no filme "Rio Turvo" de Edgar
Pêra onde interpreta um fado e uma canção de Fernando Girão.
Ainda
em 2005 é convidado pelo encenador Ricardo Pais para participar na
peça "Cabelo Branco É Saudade" onde entraram outros nomes
como Celeste Rodrigues, Argentina Santos e Alcindo de
Carvalho. O espectáculo é apresentado no Teatro Nacional de São
João e em outras importantes salas de espectáculo como a Cité de la
musique de Paris, o Teatro de La Abadía de Madrid,
a Ópera de Frankfurt(Opern und Schauspielhaus Frankfurt), o Teatro
Mercadante de Nápoles ou a Casa da Música, no Porto.
No
ano seguinte, 2006, a Casa da Imprensa atribui-lhe o Prémio Revelação, e um dos
temas do seu primeiro álbum, "A Lua e o Corpo" (Rui Manuel De Oliveira
/ Alfredo Marceneiro (Fado Pierrot)), é escolhido para integrar a
compilação Álbum Vermelho do Fado, editado pela Companhia Nacional de
Música. Deste duplo álbum fazem parte trabalhos de Amália
Rodrigues, Ana Moura, Argentina Santos,Camané, Cristina Branco, Gonçalo
Salgueiro, João Braga, Joana Amendoeira, Katia
Guerreiro, Mariza, Mísia e do seu mestre Fernando Maurício.
Ainda
em 2006 canta uma versão fadista do Hino Nacional de Portugal, em apoio da
selecção nacional de futebol, participante no Campeonato Mundial de
Futebol desse ano, realizado na Alemanha.
Em
2007 verifica-se a estreia do filme documentário musical "Fados", do
realizador espanhol Carlos Saura, onde Ricardo participa no quadro
"Casa de Fados".
"A
Lua e o Corpo" volta a entrar numa compilação Fado Sempre! Ontem,
Hoje e Amanhã. Faz parte da secção "Hoje" deste trabalho comemorativo
dos 150 anos de fado, editado pela Difference e iPlay, que reúne 80 fados
interpretados por nomes incontornáveis do panorama do fado.
Na
sequência dos concertos a Julho de 2007, no Teatro de São Luiz, em Lisboa
e no Porto, no Teatro Nacional de São João com
o libanês Rabih Abou-Khalil, Ricardo é a voz do álbum Em
Português do compositor e tocador de Oud, lançado em Maio de 2008
pela editora Enja Records. A letras são assinadas por Mário Rainho, Silva
Tavares, José Luís Gordo, Tiago Torres da Silva, Rui Manuel e António Rocha.
quinta-feira, 25 de abril de 2013
domingo, 21 de abril de 2013
Ana Láins - Zanguei-me com o meu amor.
Ana
Margarida Laíns da Silva Augusto, mais conhecida como Ana Laíns nasceu
em Tomar, a 16 de Agosto de 1979. É uma cantora portuguesa ligada
ao fado.
Tendo
nascido em Tomar, Ana Laíns tem uma forte ligação a Constância,
onde pela primeira vez que canta em público com apenas 6 anos. Só aos 15 anos é
que canta o seu primeiro fado, "a pedido do pai, Manuel Augusto, militar
de carreira" e "por insistência do fadista João Chora".
Após
ter vencido a Grande Noite do Fado de Lisboa em 1999, decide
levar a sério a sua carreira musical e as suas actuações levam-na por vários
países europeus como Alemanha, França, Bélgica ou
Luxemburgo, atravessando até o Atlântico para cantar nos Estados
Unidos da América.
No
ano seguinte, em 2000, começam a surgir os seus primeiros registos em estúdio,
através das participações em compilações.
Depois
de assinado o seu primeiro contrato discográfico em 2003, Ana começa a gravar,
no final de 2005, o seu disco de estreia contando com Diogo
Clemente na direcção musical e na produção.
Em
Abril de 2006 chega ao mercado o seu primeiro álbum Sentidos. Nesta
edição da Difference, Ana Laíns interpreta poemas de autores como Florbela
Espanca, Lídia Oliveira ou António Ramos Rosa, sendo também
possível encontrar assinaturas como Helder Moutinho ou Jorge
Fernando.
A
digressão de promoção de Sentidos passa também por Espanha, Bélgica, Holanda, Rússia ou Grécia.
No Verão de
2009 surge o convite de Boy George para gravar o tema "Amazing
Grace", que viria a ser incluído no seu novo trabalho Ordinary
Alien, editado nos inícios de 2011.
Em
2010, no ano em que Ana Laíns assinala 10 anos de carreira, lança o seu álbum Quatro
Caminhos, a 1 de Março, que conta novamente com a chancela Difference
e com a cumplicidade de Diogo Clemente na produção e na direcção
musical.
Este
segundo trabalho regista, em "Não Sou Nascida do Fado", a estreia da
fadista como responsável por uma das letras, ao lado de poemas de Natália
Correia, o uruguaio Rubén Darío ou o brasileiro Carlos
Drummond de Andrade. Na autoria da parte musical encontramos nomes como Amélia
Muge, José Manuel David ou Filipe Raposo.
Ainda
em 2010, Ana Laíns participa em dois temas do álbum Catavento de Beto
Betuk, um trabalho que conta ainda com participações de artistas como Dulce
Pontes ou Ivan Lins. (wikipédia)
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