quarta-feira, 23 de junho de 2010

olh'ó robot!



Em Setembro de 1980 Lena D'Água (que vinha dos Beatnicks e dos Dia D'Água), Luís Pedro Fonseca e Zé da Ponte formam o grupo Salada de FrutaS. Nota enviada por Helena Águas: o Zé e o Luís Pedro também vinham do Diadágua.

O seu primeiro disco intitulado "Sem Açúcar" é editado pela empresa discográfica Rossil. Com um som muito próximo do praticado por nomes anglo-saxónicos nos anos 60, mas com uma prensagem muito deficiente. Neste disco é possível escutar faixas como "Shui de Shock" (uma crítica à polícia de choque que carregava sobre os espectadores nos concertos de Rock), "Bolonha" (tema que fala do atentado à bomba na estação de Bolonha-Itália) e "Como Se Eu Fosse Tua" (que se tornaria um sucesso na posterior carreira a solo de Lena D'Água").

Como convidados, neste disco, surgem Guilherme Scarpa Inês e Zé Carrapa; os quais dão um acentuado colorido ao som da banda. Estes dois músicos convidados tornam-se membros efectivos da banda, passado pouco tempo.

Em 1981 o grupo (já com a nova formação) lança o mega-sucesso "Robot" (que venderia para cima de 30.000 exemplares e foi das primeiras canções do emergente "boom" do Rock português a ser caricaturada por Tony Silva.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sem eira nem beira!



No final de 1978, os Zé Pedro, Kalú, Tim e Zé Leonel, formam os Xutos e Pontapés, dando o primeiro concerto a 13 de Janeiro de 1979, com Zé Leonel na voz, Tim no Baixo, Zé Pedro na guitarra e Kalú na bateria, na sala Alunos de Apolo para a comemoração dos 25 anos do Rock & Roll.
Em 1981 entra para a banda o guitarrista Francis e sai Zé Leonel, assumindo Tim as funções de vocalista. Em 1982 sai o compacto 1979-1982, com músicas marcantes como "Sémen" e "Mãe". Em 1983 Francis sai da banda que passa a actuar com músicos convidados, entre os quais o saxofonista Gui, e no mesmo ano entra para a banda o guitarrista João Cabeleira.
O primeiro álbum gravado por João Cabeleira em 1985 foi Cerco com as músicas "Barcos gregos" e "Homem do leme" que sairiam também em single.
A explosão mediática começou em 1987 com o álbum Circo de Feras e os seus mega sucessos "Contentores", "Não sou o único" e "N'América". Continuou com o single "7º Single" e o seu estrondoso hit "A minha casinha". O álbum 88 foi um dos pontos mais altos da carreira dos Xutos e Pontapés com os mega êxitos "À Minha Maneira", "Para Ti Maria" e "Enquanto a noite cai", entre outros, dando início a uma das maiores tournées da banda que ficou retratada no álbum "Xutos - Ao vivo".

Em 1990 o álbum Gritos mudos é mal recebido e o sucesso da banda sofre o seu primeiro revés, embora a música "Gritos mudos" seja também um grande sucesso.

Na década de 90, o grupo entra em crise interna, com os seus elementos a iniciarem outros projectos. Tim integra os Resistência, Zé Pedro e Kalu abrem o bar Johnny Guitar e integram a banda de Jorge Palma, Palma's Gang, com Flak e Alex, ambos dos Rádio Macau.
Em 1998 editam o álbum Tentação, que serve de banda sonora ao filme de Joaquim Leitão, Tentação (filme).
Em 1999, com novo folêgo, fazem a tournée XX Anos Ao Vivo, onde fazem cerca de oitenta concertos. Em ano de comemoração dos vinte anos de carreira é também editada uma compilação de homenagem, XX Anos XX Bandas, com a participação de várias das bandas e artistas. Nesse ano, gravam ainda o tema "Inferno" para o filme do mesmo nome de Joaquim Leitão.

No ano seguinte, gravam uma versão da canção "Chico Fininho" de Rui Veloso, para o álbum de homenagem aos vinte anos de estreia de Veloso com "Ar de rock".

Os Xutos & Pontapés foram agraciados pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a Ordem do Mérito em 2004. Nesse mesmo ano, os Xutos deram dois concertos no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, nos dias 8 e 9 de Outubro para celebrar os seus 25 anos de carreira. A canção "O Mundo ao Contrário" do álbum homónimo foi escolhida para musica oficial do filme Sorte Nula, que conta com uma breve participação de Zé Pedro como actor.
Em 2005, os Xutos & Pontapés realizaram uma tournée intitulada A tournée dos 3 desejos, na qual deram três séries de concertos, cada um com um alinhamento diferente. Em 2006 não só deram um concerto acústico, em celebração dos seus vinte e oito anos, como também lançaram um DVD triplo com toda a sua história desde o início (1978) até 2005 (tournée 3 desejos).
Em 2006, António Feio encenou um musical Sexta Feira 13 com apenas músicas dos Xutos, tendo estes concebido um tema especialmente para o musical com mesmo nome da peça [1]

Ainda no mesmo ano, foram convidado pelos Gato Fedorento a interpretar o genérico do Diz Que É Uma Espécie de Magazine.

Em 2008 foram convidados pela Associação Encontrar-se a integrarem o Movimento UPA – Unidos Para Ajudar, em conjunto com os Oioai, para interpretarem o tema de solidariedade "Pertencer".

Ao longo do ano de 2009, irá ser reeditada toda a discografia da banda. Serão editadas em vinil e limitadas a 500 unidades, o que se tornará numa peça de coleccionador.
Já em Setembro desse ano, os Xutos & Pontapés actuam perante 40 mil espectadores num estádio do Restelo quase cheio para ver o derradeiro concerto de comemoração dos trinta anos de carreira da banda. Os Pontos Negros e Tara Perdida asseguraram as primeiras partes e nomes como Camané, Pacman, Manuel Paulo e Pedro Gonçalves foram os convidados da noite.
Depois de terem completado 30 anos, os Xutos têm mais uma prenda dos Fãs, em Setembro de 2009, são nomeados para os EMA'S na categoria de "Best Portuguese Act" , e em Novembro do mesmo ano ganham esse prémio!
Mais recentemente apenos o cantor Tim, lançou uma música com Rui Veloso acerca de um rapaz mongolóide, que se encontra preso no quarto, denomina-se "Voar".
Fonte: Wikipédia.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vampiros... Eles comem tudo e não deixam nada.



José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 2 de Agosto de 1929 — Setúbal, 23 de Fevereiro de 1987), mais conhecido por Zeca Afonso ou José Afonso foi um cantor e compositor português.

Oriundo do fado de Coimbra, foi uma figura central do movimento de renovação da música portuguesa que se desenvolveu na década de 60 do século XX, Zeca Afonso ficou indelevelmente associado ao derrube do Estado Novo, regime de ditadura vigente em Portugal entre 1933 e 1974, uma vez que uma das suas composições, "Grândola, Vila Morena", foi utilizada como senha pelo movimento militar que instaurou a democracia, em 25 de Abril de 1974.

Foi criado pela tia Gé e pelo tio Xico, numa casa situada no Largo das Cinco Bicas, em Aveiro, até aos 3 anos (1932), altura em que foi viver com os pais e irmãos, que estavam em Angola havia 2 anos.

A relação física com a natureza causou-lhe uma profunda ligação ao continente africano que se reflectirá pela sua vida fora. As trovoadas, os grandes rios atravessados em jangadas, a floresta esconderam-lhe a realidade colonial. Só anos mais tarde saberá o quão amarga é essa sociedade, moldada por influências do apartheid.

Em 1937, volta para Aveiro onde é recebido por tias do lado materno, mas parte no mesmo ano para Moçambique, onde se reencontra com os pais e irmãos em Lourenço Marques (agora Maputo), com quem viverá pela última vez até 1938, data em que vai viver com o tio Filomeno, em Belmonte.

O tio Filomeno era, na altura, presidente da câmara de Belmonte. Lá, completou a instrução primária e viveu o ambiente mais profundo do Salazarismo, de que seu tio era fervoso admirador. Ele era pró-franquista e pró-hitleriano e levou-o a envergar a farda da Mocidade Portuguesa. «Foi o ano mais desgraçado da minha vida», confidenciou Zeca.

Zeca Afonso vai para Coimbra em 1940 e começa a cantar por volta do quinto ano no Liceu D. João III. Os tradicionalistas reconheciam-no como um bicho que canta bem. Inicia-se em serenatas e canta em «festarolas de aldeia». O fado de Coimbra, lírico e tradicional, era principalmente interpretado por si.

Os meios sociais miseráveis do Porto, no Bairro do Barredo, inspiraram-lhe para a sua balada "Menino do Bairro Negro". Em 1953, Zeca Afonso grava o seu primeiro disco Fados de Coimbra, e mais tarde, em 1963, são editados os primeiros temas de carácter vincadamente político, "Os Vampiros" e "Menino do Bairro Negro", que integravam o disco Baladas de Coimbra, e que, pouco tempo depois, seriam proibidos pela Censura. "Os Vampiros", juntamente com "Trova do Vento que Passa" (um poema de Manuel Alegre, musicado e cantado por Adriano Correia de Oliveira) viria a tornar-se um dos símbolos de resistência antifascista da época. Foi neste período (1958-1959) professor de Francês e de História na Escola Comercial e Industrial de Alcobaça.

Em 1964, parte novamente para Moçambique, onde foi professor de Liceu, desenvolvendo uma intensa actividade anticolonialista o que lhe começa a causar problemas com a polícia política pela qual será, mais tarde, detido várias vezes.

Quando regressa a Portugal, é colocado como professor em Setúbal, mas, devido ao seu activismo contra o regime, é expulso do ensino e, para sobreviver, dá explicações e grava o seu primeiro álbum, Baladas e Canções.

Entre 1967 e 1970, Zeca Afonso torna-se um símbolo da resistência democrática. Mantém contactos com a LUAR (Liga Unitária de Acção Revolucionária) e o PCP o que lhe custará várias detenções pela PIDE. Continua a cantar e participa, em 1969, no 1º Encontro da "Chanson Portugaise de Combat", em Paris e grava também o LP Cantares do Andarilho, recebendo o prémio da Casa da Imprensa pelo melhor disco do ano, e o prémio da melhor interpretação. Zeca Afonso passa a ser tratado nos jornais pelo anagrama Esoj Osnofaem virtude de ser alvo de censura.

Em 1971, edita Cantigas do Maio, no qual surge "Grândola, Vila Morena", que será mais tarde imortalizada como um dos símbolos da revolução de Abril. Zeca participa em vários festivais, sendo também publicado um livro sobre ele e lança o LP "Eu vou ser como a toupeira". Em 1973 canta no III Congresso da Oposição Democrática e grava o álbum Venham mais Cinco.

Após a Revolução dos Cravos continua a cantar, grava o LP Coro dos Tribunais e participa em numerosos "cantos livres" e nas campanhas de alfabetização promovidas pelo MFA. A sua intervenção política não pára, tornou-se um admirador do período do PREC e em 1976 apoia Otelo Saraiva de Carvalho na sua candidatura à presidência da república.

Os seus últimos espectáculos decorreram no Coliseu de Lisboa e do Porto, em 1983, quando Zeca Afonso já se encontrava doente. No final desse mesmo ano, é-lhe atribuída a Ordem da Liberdade, mas o cantor recusa.

Em 1985 é editado o seu último álbum de originais, Galinhas do Mato, em que, devido ao avançado estado da doença, Zeca Afonso não consegue cantar na totalidade. Devido a isso, o álbum foi completado por: José Mário Branco, Sérgio Godinho, Helena Vieira, Fausto e Luís Represas. Em 1986, já em fase terminal da sua doença, apoia a candidatura de Maria de Lourdes Pintasilgo à presidência da república.

Zeca Afonso morreu no dia 23 de Fevereiro de 1987 no Hospital de Setúbal, às 3 horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica.

Em 1994 é feita um CD duplo em homenagem a Zeca Afonso a que se chamou Filhos da Madrugada Cantam José Afonso. No fim de Junho seguinte, muitas das bandas portuguesas que integraram o projecto, participaram num concerto que teve lugar no então Estádio José de Alvalade, antecessor do actual Estádio Alvalade XXI.

Em 24 de Abril de 1994 a CeDeCe-Companhia de Dança Contemporanea, estreia no Teatro S. Luiz em Lisboa o Bailado Dançar Zeca Afonso com música de Zeca Afonso e coreografia de António Rodrigues, uma encomenda Lisboa94-Capital Europeia da Cultura.

Muitas das suas músicas continuam a ser gravadas por numerosos artistas portugueses e estrangeiros (como exemplo pode-se citar a "Balada do Outono", de sua autoria, recentemente interpretada pelos Couple Coffee, uma banda de brasileiros residentes em Portugal). Calcula-se que existam actualmente mais de 300 versões de canções suas gravadas por mais de uma centena de intérpretes, o que faz de Zeca Afonso um dos compositores portugueses mais divulgados a nível mundial.

Seu trabalho é reconhecido e apreciado pelo país inteiro, e Zeca Afonso indiscutivelmente representa é uma parte muito importante da cultura poética portuguesa.

Fonte:Wikipédia.


terça-feira, 1 de junho de 2010

Carteiro em Bicicleta



João Afonso nasceu a 8 de Julho de 1965 em Moçambique onde, juntamente com os seus pais e irmãos, viveu até 1978, altura em que veio para Portugal.

Cultivou desde cedo o gosto de cantar, colhendo influências quer da música urbana africana quer da música popular portuguesa, esta através do tio Zeca Afonso.

Na sequência do vasto movimento de solidariedade gerado, participou em inúmeras homenagens a Zeca Afonso, das quais se destacam as realizadas em Lisboa, Aula Magna (1987), Frankfurt (1989) e Vigo/Pontevedra (1991).

Tem participado, com outros músicos, em diversos projectos, dos quais se destaca "Maio Maduro Maio" cujo primeiro espectáculo foi realizado em Dezembro de 1994, no Teatro Municipal São Luiz em Lisboa, de parceria com José Mário Branco e Amélia Muge, com quem, realizou diversas apresentações, tanto em Portugal como no estrangeiro. O referido espectáculo foi gravado e editado num CD duplo em 1995. Participou ainda nos discos "Janelas Verdes" e "Acústico" de Júlio Pereira e no disco "Lua Extravagante" do grupo com o mesmo nome.

Da sua ligação a músicos espanhóis resultou em 1996, a realização, em diversas localidades de Espanha (entre outras Madrid, Murcia e Barcelona), de concertos com os canto-autores Luís Pastor, em que interpretavam temas dos dois e de Zeca Afonso, e ocasionalmente com Pedro Guerra.

Em Maio de 1997 editou o seu primeiro álbum a solo Missangas, com produção de Júlio Pereira, merecendo da crítica especializada rasgados elogios. Na sequência desta edição João Afonso apresentou o seu espectáculo em diversas localidades de Portugal, no 1º Festival de Lusofonia em Montreaux (Suiça), e no Festival Atlantida em Paris. O CD Missangas foi posteriormente editado em França (Verve/Polygram 1998) e em Espanha (Resistencia 1998).

Em Dezembro de 97 participou no disco " Voz e Guitarra" e posteriormente no concerto com o mesmo nome, encomendado pela Expo-98, integrado no Festival dos 100 Dias (Coliseu de Lisboa).

Em Abril de 98, tendo sido nomeado para diversas categorias, ganhou o Prémio de Melhor Voz Masculina Nacional (Prémios Blitz); pouco depois, foi novamente nomeado, desta vez para o Prémio "José Afonso.

A sua passagem pela Expo-98 foi vincada em dois momentos distintos, através da realização de dois espectáculos no Anfiteatro da Doca. O primeiro ocorreu integrado nas comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal e das Comunidades; em Julho, foi possível assistir ao projecto "Missangas", também com a introdução de alguns temas inéditos.

No final do ano, a co-produção da colectânea "Novas vos Trago" (10) pela Tradisom, Comissão dos Descobrimentos e Universidade de Aveiro, reuniu a par de João Afonso, Amélia Muge, Sérgio Godinho e Brigada Victor Jara e Gaiteiros de Lisboa. Baseado no género romanceiro, João Afonso compôs e interpretou "Morte do Príncipe D. Afonso de Portugal" e "S. Simão". Ainda em 98, compôs a música para o poema "Paz de Santiago", da autoria de Luís Pastor que faz parte do último álbum do canto-autor - "Por el Mar de mi Mano" e gravou com o grupo oriundo das Ilhas Canárias – Mestisay - o tema "Na Machamba", originalmente incluído em MISSANGAS.

A tournée realizada em Macau e Goa no mês de Janeiro de 99, a convite da Fundação Oriente marcou o início do ano em termos artísticos. Três meses mais tarde, o destino foi Moçambique onde as raízes de João Afonso foram mais do que evidentes. A comprová-lo, o memorável concerto em Maputo, no Teatro Gil Vicente.

As comemorações dos 25 anos do 25 de Abril proporcionaram os vários espectáculos que João Afonso apresentou entre Abril e Maio, em diversas localidades do país (Santiago do Cacém, Arraiolos, Vila Nova de Famalicão, Maia; Queima das Fitas em Évora e o encerramento do Festival José Afonso, em Coimbra).

E m Agosto, João Afonso fez parte do grupo de artistas convidados para encerrar o Festival Maré de Agosto, realizado, como habitualmente, em Vila do Porto, Santa Maria, Açores. Ainda em Agosto, João Afonso participou nas gravações do último trabalho discográfico da galega UXIA , interpretando em conjunto um tema da sua autoria – "Aqui em baixo (Azul)".

A edição de 99 da Festa do Avante é o palco do último grande ensaio para a estreia de " Barco Voador", o novo trabalho discográfico a ser editado no final de Setembro. A ideia base deste CD foi criar uma imagem à volta das influências colhidas nas viagens efectuadas nos últimos anos por vários continentes – Ásia, África e Europa.

Retirado de: http://www.attambur.com/Internet/joaoafonso1.htm