sexta-feira, 27 de julho de 2012

Trem das onze - Duo Ouro Negro



Começaram por se chamar "Ouro Negro". O nome, sugerido pela locutora Maria Lucília Dias ( Rádio Clube do Congo Português), designava localmente tudo o que fosse excepcional. O projecto centrava-se no folclore angolano de várias etnias e línguas.

Após várias apresentações em Luanda conseguem ir actuar a Lisboa, por intermédio do empresário Ribeiro Braga. Actuam com bastante sucesso no Cinema Roma e no Casino do Estoril. Os dois primeiros discos, gravado em 1959, contaram com a colaboração do brasileiro Sivuca e do seu conjunto. "Muxima" e "Kuricutéla" são alguns dos temas. O terceiro disco, onde foram acompanhados por Joaquim Luís Gomes, foi gravado no início de 1961.

Regressam a Angola em 1961, pouco antes do eclodir da guerra, e entra para o grupo José Alves Monteiro. Nesta nova formação gravam 5 discos. Os temas de mais sucesso são "Garota" e "Mãe Preta".

Em 1964, novamente como duo, lançam dois discos com o Conjunto Mistério. Fazem versões dos Beatles("Agora Vou Ser Feliz") e Charles Aznavour("La Mamma"). Outro dos discos, "Kwela", inclui "Meadowlands", "M'Bude", "N'Doa" e "Muindo Diaxala".

Começam a sua internacionalização com a actuação em países como a Suíça, França, Finlândia, Suécia, Dinamarca e Espanha.

O grupo lança a moda do kwela que foi considerado o ritmo do Verão de 1965. Paris rendeu-se à nova moda. É editado um EP com os temas "La Kwela", "La Kwela de l'Angola", "Heno vakwe" e "N'doa". Actuam no Olympia e no Alhambra.

No ano seguinte actuaram no Mónaco, por ocasião das comemorações do IV Centenário do principado. Recebem também o Prémio da Casa da Imprensa.

No final de 1966 é editado o álbum "O Espectáculo é Ouro Negro".

Em 1967 gravam o seu 2º álbum, "Mulowa África", com a colaboração do Thilo's Combo.

Participam no Grande Prémio TV da Canção de 1967 com "Livro Sem Fim" e "Quando Amanhecer". Participam também, com "Kubatokuê Mulata, no 2º Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro"

Realiza-se no Olympia o espectáculo "Grand Gala du Music-Hall Portugais" com Amália e outros nomes como Simone de Oliveira, o Duo Ouro Negro e Carlos Paredes, entre outros.

Em 1968 deslocam-se ao Canadá. Na RTP é apresentado o musical "A Rua d'Eliza". Actuam também nos Estados Unidos.

Participam no Festival RTP da Canção de 1969 com "Tenho Amor Para Amar" que fica novamente em 2º lugar. Ainda em 1969 actuam na Argentina e lançam o LP "Latino", lançado em Portugal com título "Sob o Signo de Yemanjá", na América Latina. "Moamba, Banana e Cola", com a orquestra de Jorge Leone, é um dos grandes sucessos de 1969.

Sivuca volta a gravar com grupo, o LP "Africaníssimo, onde juntaram os temas gravados no início da carreira.

O álbum "Blackground", com a colaboração do grupo Objectivo e de Fernando Girão, é editado em 1971. Em Agosto desse ano participam no Festival de Vilar de Mouros, juntamente com Amália Rodrigues. Grande digressão pelo Oriente.

Participam no Festival RTP da Canção de 1974 com "Bailia dos Trovadores".

Em 1975 é lançado o o single "Poema Para Allende" e o álbum "Epopeia/Lamento do Rei". É o último trabalho da década de 70 para a Valentim de Carvalho. No ano seguinte é ainda lançado um disco ao vivo.

O álbum "Lindeza!" é editado em 1979 para a Orfeu.

Voltam a gravar para a Orfeu em 81 o 2º Blackground, com novos músicos, de onde resulta um espectáculo memorável em cena no Teatro da Trindade com o Título "Império de Iemanjá".

Em 1982 é editado um single com os temas "Estou Pensando em Ti" e "Rapsódia Angolana". O álbum "Aos Nossos Amigos" é editado em fins de 1984.

O grupo termina em 1985 com a morte de Milo ocorrida em 20.02.1985.

Raul Indipwo passa a actuar a solo com o nome de Raul Ouro Negro e edita o álbum "Sô Santo", dedicado ao seu amigo Milo. Posteriormente dedicou-se mais à pintura, tendo ainda gravado um disco em 1991, dedicado às crianças de África. Em 2000 criou a Fundação Ouro Negro, dedicada à cultura e solidariedade, com sede em Portugal e Angola.

Em 1998, a EMI lançou o duplo CD "Kurikutela - 40 Anos, 40 Êxitos". O cantor comemorou os 50 anos de carreira no dia 23 de Maio de 2005, acompanhado de Bonga, Marisa, Luís Represas e Pedro Jóia.

Raul faleceu no dia 4 de Junho de 2006.

Retirado da wikipédia.

domingo, 22 de julho de 2012

I Go Ape (1961) - Conjunto de Jaime João


"Oriundo do Porto, o Conjunto de Jaime João teve uma existência curta.
Era formado por Jaime João (piano e voz), Adolfo Lapa (guitarra e voz, ex-Conjunto Walter Behrend), Jaime Lima (bateria) e Manuel Poças (contrabaixo). Navegava nas áreas do pré-yé-yé. Depois de algumas actuações na RTP Porto e em bailes de Faculdades, a banda deu por findas às suas actividades porque o seu titular emigrou para o Brasil, país onde o seu pai se dedicava à criação de cavalos. Jaime Lima formou, logo depois, com amigos comuns - Renato Pombo (sax, voz), Zeferino Lapa (guitarra, voz, irmão de Adolfo Lapa) e Miguel Braga (piano, voz), Os Morgans, banda que alcançou algum sucesso. Este grupo acabou, por motivos relacionados com o serviço militar, tendo Jaime Lima transitado posteriormente para o Conjunto Académico Orfeu. Ainda antes da criação de Os Morgans foi criada uma banda de vida extremamente curta, o Conjunto Nova Vaga que, apesar disso, ainda chegou a editar um EP em 1963. Após a emigração de Jaime João para o Brasil e da passagem de Adolfo Lapa para o Walter Behrend, o Conjunto Nova Vaga tocava essencialmente em bailes e foi formado por Jaime Lima (bateria), José Lima, Carlos Manuel Pinto (contrabaixo e voz, futiro Jotta Herre), Filomeno (piano) e Zeferino Lapa (guitarra, futuro Morgans).

Texto retirado do blog Under Review"


terça-feira, 17 de julho de 2012

Menino de Oiro - Os Titãs - 1º EP (1963)


Nos anos 60, em Inglaterra, o fenómeno Rock teve um grupo com grande sucesso com temas como " Guitar Tango", "FBI" ou "Kon Tiki". Esse grupo que tinha a formação base de um grupo Rock : duas guitarras, baixo e bateria, tornou-se famoso pelos temas instrumentais. Os Shadows conseguiram ter bastante sucesso a nível internacional e fazer sombra aos Beatles e Rolling Stones, na terra de Sua Majestade, Isabel. Em Portugal começaram a aparecer grupos que tentavam imitar o que vinha das Ilhas Britânicas ( os Sheiks que imitavam os Beatles ou os Beatnicks que imitavam os Rolling Stones). Os Shadows tiveram, também, seguidores em Portugal. Para além dos FBI ( que retiraram o nome de um tema dos Shadows) , cuja existência foi efémera, surgiram os Titãs. Este grupo forma-se em 1963 , com Fernando Costa Pereira, João Lourival , Simões Carneiro e João Braga. A sua formação era idêntica à dos Shadows e os temas tinham, também, semelhanças com o grupo inglês. Os Titãs já tinham qualidade acima da média, para o meio português , da época. Gravam o seu primeiro EP com temas populares como " Canção da Beira Baixa" e "Vira da Nazaré" , para além de "Menino D'oiro" de José Afonso; todos instrumentais e tocados à moda dos Shadows. Gravam ainda outro single que inclui " Tema Para os Titãs". Quem ouvir, hoje, estes temas recorda-se logo do grupo inglês. O grupo sofre uma evolução, em 1967, com a entrada de instrumentos de sopro e vocalista. Um dos membros que entra para o grupo é José Lello ( actual Secretário de Estado das Comunidades e obreiro, segundo os "opinion-makers" do empate 115/115 em Deputados, na Assembleia da República). José Lello toca saxofone e canta. O grupo começa a cantar temas em inglês , tais como " One Way Love" , ao mesmo tempo que continua com os instrumentais . Um dos instrumentais é " Mira-me Miguel" , uma canção tradicional de Trás- os - Montes, adaptada pelo grupo, no seu estilo característico. Os Shadows Portugueses, apesar de tudo, durarão pouco mais tempo, já que a separação acontece ainda antes do início da década de 70. Com o fim dos Titãs, termina a imitação dos Shadows em Portugal. O próprio grupo inglês , durante os anos 70, começa a ter menos sucesso, reaparecendo com interpretação de temas de filmes , mas já sem a aura de novidade que tiveram nos anos 60.

Retirado de: http://www.myspace.com/ostitas


terça-feira, 10 de julho de 2012

A Lenda d'El Rei D. Sebastião.


O Quarteto 1111 é uma banda portuguesa, formada em 1967, no Estoril. Numa década de inovações e experimentalismos, muitas bandas tentavam copiar o que era difundido pela rádio e ouvido em ocasionais discos trazidos do estrangeiro. Começava-se com material rudimentar e terminava com a Censura. Os Beatles ou os Shadows eram a inspiração para a maioria das bandas.

Um dos muitos grupos inspirados nos Shadows era o Conjunto Mistério, mais tarde chamado Quarteto 1111. Este nome foi inspirado no número de telefone onde decorriam os ensaios. O grupo era formado por Miguel Artur da Silveira, José Cid, António Moniz Pereira e Jorge Moniz Pereira.

O primeiro EP é A Lenda de El-Rei D. Sebastião, que conseguiu ser o primeiro disco português a tocar no programa "Em Órbita" do Rádio Clube Português. Os trabalhos seguintes do Quarteto 1111 seguem o caminho iniciado com a A Lenda de El-Rei D. Sebastião. Em 1968 concorrem ao festival RTP da Canção interpretando Balada para D. Inês, que se classifica em 3.º lugar.

Retirado de: Wikipédia.


quarta-feira, 4 de julho de 2012

Orange - Pop Five Music Inc.


O grupo formou-se no Porto, em 1967. Os elementos da banda eram David Ferreira (órgão Hammond, piano, guitarra e voz), António Brito (baixo, guitarra e voz), Paulo Godinho (voz, teclas e guitarra-irmão de Sérgio Godinho), Álvaro Azevedo (bateria) e Luís "Pi" Vareta (baixo e voz). Actuam em bailes, festas, e arraiais sendo os mais famosos aqueles realizados na Quinta da Conceição em Leça da Palmeira, que provocavam grandes enchentes de jovens. São considerados pela crítica como a maior banda de rock portuguesa de todos os tempos, embora a história da música portuguesa escrita depois de Abril tenha feito os possíveis para esquecer este como outros grupos importantes da origem do rock português.

Lançam, em 1968, o EP "Those Where The Days". O disco inclui "You'll See" de Tozé Brito.

O segundo EP inclui os temas "Ob-la-di Ob-la-da", "The Weight", "Adagio" e "Birthday".

O álbum "A Peça" inclui versões de clássicos "Overture", "Jesus, Alegria dos Homens" (Bach), "Blackbird" (Beatles), "To Love Somebody" (Bee Gees), "Proud Mary" (Creedence Clearwater Revival), "Medicated Go" (Traffic), "Mess Arround", "Hush", "Come Down To My Boat", "Baby", "Fire" (Jimi Hendrix), "Sour Milk Sea" (George Harrison) e "Can I Get a Witness".

Em 1969 é editado um single de Mike McGill com os Pop Five, editado pela Orfeu [sat 802], com os temas "Our Last Goodbye" / "Without Her", produção de Fernando de Matos, empresário da banda.

David Ferreira e Tozé Brito saem do grupo e entra Miguel Graça Moura. Lançam um single com os temas "Menina" e "Homens do Mar".

Em 1970 gravam "Page One" o tema com mais sucesso e de importante relevânçia na história do rock nacional, indicativo do programa "Página Um" da Rádio Renascença, apresentado por José Manuel Nunes. O single foi editado no Brasil, Austrália, Holanda, França e Alemanha. Nalguns países o lado B, "Ária para a 4ª Corda", de Bach, foi escolhido como tema principal.

O single "Orange" também é editado internacionalmente.

Os Pop Five Music Incorported vão gravar a Londres, nos Estúdios Pye, os seis temas dos três singles lançados em 1971 e 1972.

Em 1971 participam no Festival de Vilar de Mouros, ao lado de nomes como Manfred Mann e Elton John.

"Stand By", "Take me to the sun" e "No time to live" são lançados em single mas sem obter o sucesso dos trabalhos anteriores.

Em 1972, alguns dos membros são chamados a cumprir o serviço militar obrigatório e Miguel Graça Moura abandona em Outubro desse ano.

35 anos depois a formação inicial reúne-se num espectáculo na discoteca Estado Novo.

Em 2004 foi editada a compilação "Odisseia - Obra Completa 1968-1972" que inclui um DVD com o concerto de reunião.

Retirado de: Wikipédia.