sábado, 29 de setembro de 2012

OS VODKAS - San Francisco girls-Portugal 1969.




Os Vodkas, banda da Figueira da Foz, formaram-se por volta de 1965 e mantiveram-se bastante activos até ao ano de 1969. Praticantes de um som garage - em grande parte originado pela utilização de um órgão em fuzz -, apontava como seus mentores Bob Dylan e The Byrds. Os Vodkas tiveram origem no Conjunto Infantil dos Caras Direitas, uma agremiação com sede em Buarcos que se dedicava, na altura, a tocar em bailes de clubes recreativos. Convidados por José Sarmento, um comerciante figueirense, formaram então Os Vodkas, tocando os êxitos da época, no Verão no Casino da Figueira e, no Inverno, nos bailes de finalistas e dos clubes recreativos. O projecto foi inicialmente constituído por Fausto José Azul da Cunha e Costa (bateria), Ministro Pedro (aka Cafum, órgão), José António Pereira (voz), António Barreto da Silva (baixo) e Tomé (guitarra). Durante os anos seguintes houve grande rotação de músicos devido a divergências internas e também ao facto de alguns dos seus integrantes terem ido para o estrangeiro, fugindo assim ao serviço militar e à consequente guerra do Ultramar. Fausto da Costa já só participará parcialmente na gravação do único disco da banda, dado ter sido entretanto mobilizado para a tropa. O quinteto que, em 1969, teve honras de gravação do EP "Time Is Drawing Near" foi formado por António Manuel Barbosa Veríssimo (aka Mané, baixo), Norton de Matos Ferreira (guitarra), Tomé, Ministro Pedro (aka Cafum, orgão) e José António Pereira (voz). No final de 1969, o grupo era já apenas um quarteto, preparando-se para gravar um novo trabalho que nunca chegou a ser editado. Passarão ainda pelo grupo outros músicos como Maurício da Telecaster, Luís Alberto Mesquita da Costa (órgão)e Eugénio (aka Genito, futuro baterista dos Pops de Coimbra).


domingo, 23 de setembro de 2012

I Put a Spell on you




"Os Rocks foi um quinteto de Luanda, Angola, formado em 1962. O vocalista era Eduardo Nascimento. Os outros elementos eram Luís Alfredo, Fernando Saraiva, João Cláudio e Elmer Pessoa.
Ficaram em segundo lugar num concurso Yé-Yé realizado no Teatro Monumental e venceram o Prémio da Imprensa para melhor conjunto de 1966.
Eduardo Nascimento é convidado a participar no Festival RTP da Canção 1967.
"O Vento Mudou", da autoria de Nuno Nazareth Fernandes e João Magalhães Pereira, foi o tema vencedor.
Foi lançado um EP com os temas "O Vento Mudou" e "A Lenda do Rochedo", no lado A, e mais dois temas no lado B.
Em 1967 os Rocks gravaram um EP com os temas "Wish I May" e "The Pied Piper".
Em 1968, agora já um sexteto, lançaram ainda o EP "Don´t Blame Me".
O grupo terminou em 1969 com o regresso dos elementos à sua terra de origem. Luis N'gambi casou-se com Paula Ribas e gravou vários discos com ela."




domingo, 16 de setembro de 2012

Os Tubarões - Baby It Hurts (1967)


Os 6 Tubarões que gravaram este único EP foram Carlos Alberto Sá Loureiro (órgão), Victor Barros (viola-ritmo), Luís Alberto Dutra (viola-baixo), Alexandre Merino (voz), Waldemar António (viola-solo) e Eduardo Pinto (bateria).

Os Tubarões formaram-se em Viseu no último trimestre de 1963 com António Nogueira Fernandes (único que sabia tocar guitarra), José Alexandre Merino (voz), Victor Barros (viola e voz), Luís Alberto Dutra (baixo) e Eduardo Pinto (bateria).

A primeira apresentação pública foi em São Pedro do Sul, com instrumentos emprestados pela banda de Lafões.

Durante o ano de 1964, o conjunto rodou nas Termas de S. Pedro do Sul, ensaiando canções dos Shadows, de Cliff, dos Chat Sauvages, dos Beatles na antiga FNAT, actual INATEL, e conseguindo o primeiro contrato profissional na boîte "A Mó", em cima do rio Vouga.

Ainda em 1964, já com Carlos Alberto Homem Sá Loureiro (teclas), os Tubarões participaram na inauguração do Hotel Grão Vasco, ainda hoje um dos melhores da cidade de Viseu.

No final desse ano, os Tubarões eram então formados por António Nogueira Fernandes (guitarra), Victor Barros (viola-ritmo), Luís Alberto Dutra (viola-baixo), Eduardo Pinto (bateria), Carlos Alberto Sá Loureiro (teclas) e José Alexandre Merino (voz).

No primeiro trimestre de 1965, os Tubarões deram um grande salto qualitativo com os investimentos do empresário viseense António Xavier Homem de Sá Loureiro, pai do teclista Carlos Alberto e em Abril já tocavam no intervalo da exibição da película "Summer Holiday", de Cliff e dos Shadows.

No Verão, em Julho, foram à Figueira da Foz inaugurar o restaurante "O Tubarão", propriedade de um empresário viseense, o que os levou a um contrato interessante de dois meses com o Grande Casino Peninsular, onde actuaram ao lado de Gelú, I Don Giovanni, Duo Ouro Negro, Madalena Iglésias...

E em 1965, entra mais um elemento para o grupo, a Dona Urraca, uma carrinha de transporte do equipamento.

Com Joaquim Guimarães na guitarra, os Tubarões participaram no dia 09 de Outubro de 1965 na 7ª eliminatória do Concurso Ié-Ié, no Teatro Monumental, em Lisboa, tendo ficano no 2º lugar imediatamente atrás dos Sheiks e à frente dos Galãs (Porto), Czares (Aveiro) e Jovens do Ritmo (Amora-Seixal).

Apresentaram-se com "Miss Molly", "Eight Days A Week", "Mike", de Trini Lopez, e "Ya Ya", envergavam fato azul, camisa branca e laço preto.

Eram então Luís Alberto Dutra, viola baixo, 18 anos, Joaquim Guimarães, viola solo, 20 anos, José Alexandre Merino, vocalista, 17 anos, Eduardo Pinto, bateria, 18 anos, e Carlos Alberto Sá Loureiro, órgão eléctrico, 16 anos.

E no dia 15 de Janeiro de 1966, no mesmo local, classificaram-se no 3º lugar da 2ª meia-final, atrás dos Saints (futuros Claves), que viriam aganhar o Concurso, e dos Jets (Lisboa) e à frente dos Cometas Negros (Castelo Branco), Kímicos (Lisboa) e Boys (futuros Álamos), de Coimbra.

Tocaram "Satisfaction", "Goodbye My Love", "I Feel Fine" e "It's My Life" e, a pedido, "Voo do Moscardo" num encore inédito.

A final realizou-se no dia 30 de Abril de 1966 e os Tubarões ficaram em último lugar depois dos Claves, Rocks, Night Stars, Jets, Ekos, Chinchilas e Espaciais.

Maria Leonor, famosa locutora de Rádio e TV, assume-se como madrinha do grupo, contratando-o Conjunto Oficial Woolmark, dando apoio nas passagens de modelos organizadas por todo o País.

No Verão, além do Casino da Figueira, os Tubarões faziam sortidas à Praia de Mira onde tocavam no Mira-Sol com os Kzares, de Aveiro.

O ano de 1967 foi igualmente de muito trabalho para os Tubarões.
Em Lisboa, o conjunto passou a ter um representante, Fernando Matos (O Pascoal), além de amigos como Rui Oliveira Costa, viseense a viver em Lisboa e ao tempo manager dos Deltons, de Luís Moutinho, filho de Maria Leonor.

Pascoal, através de Pedro Castelo, consegue um contrato para os Tubarões actuarem num fim de semana no "Caruncho”, em Lisboa, provavelmente a mais famosa boîte da época.

No Verão, o conjunto volta a fazer uma residência no Casino da Figueira da Foz e, perto do final do ano, assinou contrato discográfico com a Alvorada e gravaram o único EP nuns estúdios do Campo Santana, em Lisboa, e que viria a ser editado no Carnaval de 1968.

O serviço militar obrigatório viria a acabar com os Tubarões em Setembro de 1968.

retirado de: http://blogs.myspace.com/tubaroes



domingo, 9 de setembro de 2012

Toada beirã - Os Blusões Negros.


RAPSÓDIA - EPF 5.290 - 1966

Tequilla - Coimbra Menina E Moça - Toada Beirã - Tango Dos Barbudos

As canções têm arranjos de Jorge Melo.

Os Blusões Negros são uma das bandas menos conhecidas do yé-yé português. São do Porto e participam na colectânea "Caloiros da Canção" com o clássico "Toada Beirã".

Ensaiavam em casa de Jorge Estrela (viola-ritmo), irmão de Jorge Melo, locutor dos Emissores do Norte Reunidos e autor dos arranjos do conjunto. Outros fundadores foram Xico Teixeira (viola-baixo) e Carlos Alberto (bateria).

No início da sua carreira acompanhavam Armindo Rock (Armindo da Costa), outro pioneiro, ilustre desconhecido do rock português, sem discos gravados.

Em 1961, com 17 anos, Armindo Rock iniciou a sua carreira artística acompanhado pelo Conjunto Tony Araújo que já naquela altura estava equipado com guitarras Fender e aparelhagem Semprini.

O meu primeiro rock em português data de 1961 com o título "Eu Quero O Rock". Ao tempo, recebia mais de 400 cartas por mês pedindo fotografias autografadas, diz Armindo Rock.

Os Blusões Negros fizeram a primeira parte do concerto de Sylvie Vartan no Pavilhão dos Desportos, no Porto, em 1964.

Ainda em 1964 foram os 2º classificados do I Festival Musical do Porto, patrocinado pela revista "Plateia", em 1964, na modalidade de "música moderna". Os vencedores foram os Teias e na modalidade de "música de dança" o troféu foi para os Galãs.

Chegaram a tocar com sete violas em palco.

Retirado de: http://guedelhudos.blogspot.pt/2010/09/blusoes-negros.html



quinta-feira, 6 de setembro de 2012

SINDIblue Suerde CATO'S Shoes (1971)



Os Sindicato foram criados na recta final da década de 1960. Este projecto foi praticamente um «who's who» do rock nacional de então. Pelas suas fileiras passaram Ricardo Levy e Júlio Gomes (guitarras), Edmundo Falé (voz, ex-Ekos e Conjunto Mistério), João Maló (ex-Chinchilas e guitarrista de estúdio, pai do compositor Nuno Maló), Eduardo Oliveira (também conhecido como Necas, e que participaria nas gravações do 1º LP do Quarteto 1111, sendo mais tarde um dos membros dos NZZN), Vítor Mamede (bateria, ex-Chinchilas e futuro membro dos Status, Quarteto 1111 e Green Windows), Rui Cardoso (saxofone, ligado ao jazz desde os finais dos anos 50 e autor de bandas-sonoras de vários filmes portugueses) e Rão Kyao (que tinha já integrado o Bossa Jazz 3, partindo já depois do 25 de Abril para uma reconhecida carreira a solo), além de dois outros músicos na secção de sopros, Luís Pereira (trompete) e Cirilo Coutinho (trombone), este último já falecido, assim como Jorge Palma que foi teclista e cantor dos Sindicato, banda rock com ambições a ser uma espécie de Blood Sweat & Tears portugueses, para o que muito contribuiu a inclusão de uma secção de metais da qual fazia parte Rão Kyao. O facto dos Sindicato terem de coordenar uma série tão diferente de sonoridades inspirará Palma a trabalhar como arranjador, carreira que o ajudará a sobreviver durante parte da década de setenta, ao regressar, depois do 25 de Abril, de uma estadia de um ano na Dinamarca para evitar a chamada à guerra colonial.

Numa época em que primeiro os Blood, Sweat And Tears e depois os Chicago surgiam com um rock marcado pelas sonoridades do jazz, os Sindicato tentavam também, tal como o projecto O Controle, mostrar que em Portugal havia um caminho a trilhar nessa área. No que toca a edições discográficas, deixariam apenas os seus talentos no single «Smile», de 1971, e em dois temas da colectânea de Paulo de Carvalho publicada no mesmo ano pela Phonogram, editora hoje representada pela Universal e com a qual o grupo tinha contrato.

No primeiro destes discos, apresentavam, no lado A, a composição original homónima, com uma progressão musical algo devedora do free-jazz, e, no lado B, uma leitura muito particular para «Blue Suede Shoes», de Carl Perkins. A produção ficou a cargo de Luís Villas-Boas, patrono do jazz português, que na altura colaborava com a editora.
Os Sindicato foram encarregues de fazer versões instrumentais precisamente para «Flor Sem Tempo» e para «Walk On the Grass», um dos dois temas que o espanhol Manolo Díaz entregou à «Voz» nacional.

No Verão de 1971, os Sindicato participaram no Festival de Vilar de Mouros, actuando no fim-de-semana dedicado à «música moderna para a juventude», a 7 e 8 de Agosto. Com Edmundo Falé como vocalista, o grupo apresentou a sua música a um público que não entendia as deambulações jazzísticas e elaboradas dos músicos, mas que depois não regataria aplausos ao concerto da Manfred Mann's Earth Band (que ainda estava a seis meses da edição do seu álbum de estreia).

Em 1972, a banda terminou a sua carreira.