sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Menina estás à janela


Os UHF são uma banda de rock portuguesa formada em Almada nos fins dos anos 70, mais precisamente em 1978, sendo a formação inicial composta por Américo Manuel (bateria), Carlos Peres (viola-baixo), Renato Gomes (Guitarra) e António Manuel Ribeiro (voz e guitarra).


O primeiro concerto do grupo foi no dia 20 de Novembro de 1978, no Bar É, em Lisboa, juntamente com os Aqui d’el-Rock, Minas e Armadilhas e Os Faíscas.

Foi este grupo que editou o primeiro EP da Banda chamado de "Jorge Morreu" em 1979 pela Metro-Som. "Jorge morreu" era dedicado a um amigo do baixista Carlos Peres que falecera no Algarve em circunstâncias trágicas e nunca esclarecidas, depois de se ter envolvido na toxicodependência. O corpo apareceu desfigurado pelo motor de um barco e "Jorge" ficou para a posteridade no primeiro disco dos UHF. Com os temas "Jorge Morreu", "Caçada" e "Aquela Maria".

Nesta altura os UHF percorriam o país inteiro, chegam mesmo a fazer a primeira parte dos concertos de Elvis Costello & The Attractions e Dr. Feelgood

A segunda formação da banda era formada por António Manuel Ribeiro (voz, guitarra e teclas), Renato Gomes (guitarra), Carlos Peres baixo e Zé Carvalho (bateria).

A segunda formação dos UHF após a edição do segundo single Cavalos de corrida , e do terceiro Rua do Carmo , gravou três álbuns de bastante sucesso, À Flor da Pele, Estou de Passagem e Persona Non Grata.

No dia 16 de Agosto de 1980 participam no I Festival Rock, que decorreu na Praça de Touros de Cascais, com Skids, Tourists, Original Mirrors e 999.

Em 1980 tocaram com Uriah Heep, Ramones e os UFO.

Tocaram juntamente com outros grupos no 2º aniversário do programa ROCK EM STOCK no dia 19 de Abril de 1981, no Pavilhão do Restelo. Actuaram os Street Kids, NZZN, GNR, Jáfumega, Roxigénio, UHF e Arte e Oficio.

Em 1981 tocaram com Téléphone e os Dexy’s Midnight Runners.

Os UHF em 1981 deram 138 concertos.

O grupo assinalou o vigésimo aniversário do lançamento do primeiro disco do grupo com um concerto no dia 25 de Junho de 1999, na Praça Sony do Parque das Nações, e com a edição, programada, de um disco duplo que reúne os principais sucessos da banda e que é já disco de prata só à conta das pré-vendas para as lojas.

Foram um dos principais responsáveis pelo ‘boom’ do chamado rock português surgido no início dos anos 80 visto que, até essa altura, as editoras portuguesas não apostavam em bandas rock que cantassem em português, e, diga-se a verdade, os jovens portugueses preferiam a música cantada em inglês.

Os UHF já tinham gravado um EP quando Rui Veloso, considerado por muitos o pai do rock português, gravou o seu primeiro álbum Ar de Rock.


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Festa

As primeiras aparições de Luís Varatojo, João San-Payo, Fernando Raposo e Nuno Rafael, como Despe e Siga foram feitas no início da década de 90. Estávamos em 1991 e a banda passava então a usar também o cartão de visita com a marca Despe e Siga, a par do título de Peste & Sida.

A ideia era tocar versões, pegar em temas de bandas como os Pogues ou os Madness e cantá-las dentro do mesmo ritmo, mas em português. No entanto, o arranque foi feito de maneira diferente. Luís Varatojo e companhia e agarraram em temas em inglês que costumavam tocar nos ensaios e transpuseram-nos para o palco, e quando o último disco dos Peste via luz do dia, em 1992, já os Despe e Siga davam concertos no bar BBB na Costa da Caparica, onde actuaram regularmente até ao Verão do ano seguinte.

Também em 1992, entraram para a formação da banda os reforços João Cardoso (teclas) e Marco Franco (bateria), que um ano depois cedia o lugar a Sérgio. O primeiro álbum, "Despe e Siga", chegou às lojas em 1994, e incluiu no alinhamento versões que a banda costumava tocar em bares, como "Festa" (versão do original dos Pogues, "Fiesta"), "Bué de Baldas" (inspirado em "Baggy Trousers" dos Madness") e "Bule Bule" (versão para "Woolie Buly" já dos tempos dos Peste & Sida). No ano seguinte, a banda participou no disco "Espanta Espíritos", com o tema "Família Virtual", onde colabora o fadista Alcindo de Carvalho, e subiu ao palco do espectáculo Portugal ao Vivo II ao lado dos Xutos & Pontapés e dos Kussondulola.

Em 1996, a equipa Despe e Siga sofre novas transformações sai João San-Payo e entra Ricardo Aires, para o baixo e chega às lojas o álbum "Os Primos", que contou com a colaboração de Sérgio Godinho no tema "Tou Bom". Dois anos depois os Despe e Siga foram um dos grupos convocados para o alinhamento do disco "Ao Vivo na Antena 3", para o qual gravaram dois temas ao vivo no auditório da RDP. Repetiram a experiência da quebra de fronteiras que no ano anterior os havia levado a actuar no Canadá e em Paris, e voltaram a actuar na capital francesa. "99.9", um disco composto na totalidade por originais, foi editado em 1999. Produzido por Mário Barreiros, reuniu canções como "Manual do Gelo", "Rádio Ska" e "Lunamóvel".

No ano seguinte, a formação da banda perdeu três elementos, Nuno Sérgio e Cardoso partem para outras paragens no final do ano, no entanto, regressa Fernando Raposo e Isabel Rato estreia-se nas teclas. 2001 marcou a viragem para um novo capítulo na história da banda, que com nova formação e novos arranjos estreou temas novos em concerto enquanto preparava novo disco.


sábado, 2 de outubro de 2010

Vida de marinheiro



Em 1987, José Resende (guitarra), João Aguardela (voz) e Mário Miranda (baixo), todos ex-Meteoros, juntavam-se ao baterista Fernando Fonseca para formar a banda Sitiados. Desde logo, procuraram efectuar uma fusão entre o rock e a música tradicional portuguesa, de forma semelhante ao trabalho de The Pogues, na Irlanda.

Participam no quinto concurso do Rock Rendez Vous onde se qualificam em 2º lugar. Com esta classificação conseguem lugar na compilação "Registos", editada pela Dansa do Som com o tema "A Noite".

Sandra Baptista entra para o grupo para substituir o acordeonista Manuel Machado. Entram também Jorge Buco (bandolim) e o ex-Clandestinos João Marques que substitui Mário Miranda. José Resende passou também a colaborar apenas em estúdio e na composição.

Em 1992 editam o álbum de estreia, "Sitiados", que esteve para se chamar "A Última Valsa", pois pensavam que este seria o fim dos Sitiados. O tema "Vida de Marinheiro", dedicado a Necas, baterista dos Clandestinos, dá grande sucesso ao disco e este vende mais de 40 mil cópias.

Nova mexida na composição, desta vez com a entrada de João Marques (baixo),João Cabrita (saxofone), Jorge Quadros (bateria), Ani Fonseca (guitarra e voz) e Jorge Ribeiro (trombone).

O segundo álbum, "E Agora?!" é editado em Setembro de 1993. É lançada também a compilação "Johnny Guitar" que inclui o tema "Marcha dos Electrodomésticos", uma versão de "A minha Sogra É Um Boi" dos Mata-Ratos.

Em 1994, a banda fez parte do projecto "Filhos da Madrugada", um tributo a José Afonso, com uma versão de "A Formiga no Carreiro", tema que interpretou no concerto realizado mais tarde em Alvalade. Participam ainda nesse ano na compilação "As Canções de António", tributa a António Variações, com "O Corpo É Que Paga".

Em 1995 sai o disco "O Triunfo dos Electrodomésticos". Este inclui uma versão de "Lá Isso É" da autoria de Sérgio Godinho. No entanto este ficou muito aquém dos resultados obtidos em trabalhos anteriores, passando despercebido ao público.

No ano de 1996 é lançam o quarto disco que volta a se chamar "Sitiados". Este contém uma versão de "A Menina Yé Yé" do Conjunto António Mafra. Participam ainda na compilação do programa "Xabarín" da Televisão Galega com "Aí Ven Ela".

Em 1999 participam no disco "XX Anos XX Bandas", tributo aos Xutos & Pontapés, com a canção "P'ra Ti Maria".

O ex-Censurados Samuel Palitos ingressa na composição do grupo. Nesta altura trocam ainda de editora, passando da BMG para a Sony, onde editam o disco "Mata-me Depois", em 1999.

No ano 2000 a banda deixa de dar espectáculos e desaparece da cena musical.

O nome do projecto advém de um tema da banda Mão Morta.

João Aguardela, líder da banda, faleceu com 39 anos em 18 de Janeiro de 2009 vítima de cancro.