domingo, 22 de dezembro de 2013

domingo, 1 de dezembro de 2013

domingo, 27 de outubro de 2013

Lou Reed - Walk On The Wild Side.



Morreu Lou Reed
Estrela do rock tinha 71 anos. Revelação da morte do músico norte-americano foi feita na tarde deste domingo pela revista Rolling Stone.
O músico, de 71 anos, tinha feito um transplante de fígado em Maio deste ano. (Jornal Público – 27.10.2013)

A minha singela homenagem ao homem e artista.

domingo, 29 de setembro de 2013

domingo, 22 de setembro de 2013

domingo, 1 de setembro de 2013

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

domingo, 21 de julho de 2013

Genesis - Dancing with the Moonlit Knight.



(do Albúm "Selling England by the Pound")

domingo, 14 de julho de 2013

domingo, 7 de julho de 2013

Marco Rodrigues no Tempo - teatro Municipal de Portimão.



Marco Rodrigues apenas sabe, até aos quinze anos, que o fado é um género musical e que a sua maior diva é Amália Rodrigues. Quis o destino que o fado lhe entrasse pela vida, sem pedir licença, quando se muda para Lisboa, vindo do Norte de Portugal. E toda a sua vida muda…
Em 2010, Marco Rodrigues edita o seu segundo álbum –“Tantas Lisboas”(label Universal Music Portugal) que tem como convidados Carlos do Carmo e Mafalda Arnauth e conta, entre os compositores e letristas, com Boss AC, Tiago Torres da Silva, Inês Pedrosa e Tiago Machado, que assina também a produção do álbum.
Marco Rodrigues passa a infância e a adolescência sem qualquer ligação ao fado embora sempre em contacto com outros géneros musicais. Mas o destino, esse, leva-o para o fado – concorre à Grande Noite do Fado 1999, no Coliseu de Lisboa, e vence na categoria Sénior, apesar da tenra idade.
Poucos meses depois, Marco Rodrigues estreia-se como profissional no Café Luso, em Lisboa – onde permanece, até 2012, como fadista e violista residente, assumindo também a direção artística.
Atua em Portugal, Espanha, França, Suíça e Inglaterra, a par de nomes como Carlos do Carmo e Ana Moura, destacando-se a participação no concerto de Mariza, no Royal Festival Hall, em Londres.
Um ano depois do lançamento do seu primeiro álbum –“Fados da Tristeza Alegre”, Marco Rodrigues é distinguido com o Prémio Amália Rodrigues 2007, na categoria Revelação.
Marco Rodrigues grava “O Tempo a Cantar” (original de Fernando Alvim que integra o álbum “Fados e Canções do Alvim” [2011]), a convite do reconhecido músico, e participa nos concertos ao vivo de Fernando Alvim na Casa da Música, no Porto e no Teatro da Trindade, em Lisboa. Em agosto de 2011, grava um tema no novo trabalho de Maria Gadú, a convite da cantora brasileira.“Mais uma Página”, editado no Brasil em dezembro de 2011, integra a “A Valsa” - o dueto de Marco Rodrigues com Maria Gadú.
A 2 de dezembro de 2011, Marco Rodrigues integra o elenco de fadistas que atua na Gala Fado Património da Humanidade, espetáculo comemorativo da distinção do Fado como Património Imaterial da Humanidade, atribuída pela UNESCO no final de novembro do mesmo ano. Interpreta "A rima mais bonita", numa das atuações mais aplaudidas do concerto transmitido em direto na RTP1.
Marco Rodrigues é responsável pelo concerto de abertura dos espetáculos de Maria Gadú, nos coliseus de Lisboa e Porto, em maio de 2012, recebendo os mais elogiosos comentários da crítica:
«Canções como “O Homem do Saldanha”, “A rima mais bonita” e o “Fado do estudante”, este último cantado em coro pela plateia, envolveram o público presente a ponto de aplaudir de pé o cantor e o trio que o acompanhava» (Jornal Hardmúsica);
«“Fado do Estudante, de Vasco Santana, pôs todo o público a cantar com o fadista. A “rima mais bonita” encerrou o concerto de Marco Rodrigues que foi aplaudido de pé (…).» (www.espalhafactos.com);
«Depois de um aquecimento animado, com fados tão conhecidos como o “Homem do Saldanha”, Marco Rodrigues terminou com um Coliseu [do Porto] praticamente repleto a trautear o “Fado do estudante” e a aplaudi-lo de pé.» (www.imagemdosom.com).
Marco Rodrigues assume, em junho de 2012, as funções de diretor artístico da Adega Machado, uma das mais conhecidas casas de fado em Lisboa, onde integra também o elenco residente.


domingo, 30 de junho de 2013

Raquel Tavares - Lua de Maio.



Raquel Tavares (Lisboa, 11 de janeiro de 1985) é uma fadista portuguesa. Assinala a fadista Beatriz da Conceição como uma das suas maiores referências.
O seu nome ganhou uma notoriedade nacional no fado pela primeira vez em 1997, ano em que, com 12 anos, venceu na Grande Noite do Fado, iniciativa da Casa da Imprensa.
Ainda antes de de lançar o seu álbum homónimo foi a "atracção nacional" na revista do ano de 2005 "Arre Potter que é demais!", no Parque Mayer, mais concretamente no Teatro Maria Vitória.
O seu álbum Raquel Tavares chegaria em 2006, pela editora Movieplay. Na produção esteve Jorge Fernando, que também tocou viola.
2006 foi ainda o ano em que recebeu o Prémio Revelação Amália Rodrigues, da Fundação Amália Rodrigues.
Na primavera de 2008, também pela Movieplay, saiu Bairro, o álbum de estúdio seguinte produzido por Diogo Clemente que também toca viola de fado. Este trabalho inclui ainda um DVD com realização de Aurélio Vasques e Ana Rocha de Sousa.
Raquel Tavares participou em diversas compilações, como em Novo Fado da editora Difference, em 2006, onde interpreta "Meditando Eu a Vi" ou na secção "Hoje" de Fado: Sempre! Ontem, Hoje e Amanhã = Always! Yesterday, Today and Tomorrow, da iPlay, de 2008, com o tema "Manjerico".
A fadista foi uma das vozes escolhidas para participar na homenagem a Adriano Correia de Oliveira, no CD e DVD da Movieplay, Adriano, Aqui e Agora: O Tributo, de 2007, interpretando "Cantar Para Um Pastor", com arranjo de Diogo Clemente, tendo ainda participado noutro tributo no mesmo ano, neste caso no documentário João Pedro Moreira "Não Me Obriguem A Vir Para A Rua Gritar: Tributo A Zeca Afonso", da SubFilmes.
Raquel Tavares passou já por várias casas de fados ("Café Luso", "Senhor Vinho", "Arcadas do Faia", "Adega Mesquita", "Adega Machado"), sendo agora uma presença regular na Casa de Linhares "Bacalhau De Molho", onde se podem também encontrar nomes como Celeste Rodrigues, Maria da Nazaré, Ana Moura, Jorge Fernando, Manuel Bastos, Maria do Carmo ou Vânia Duarte.
As suas actuações estendem-se além fronteiras, com visitas registadas a vários países e cidades como Paris, Roma, Madrid e até a Santiago do Chile.


domingo, 23 de junho de 2013



Teresa Tapadas é mais uma das novas vozes do fado. Natural de Riachos, concelho de Torres Novas, iniciou a sua carreira no final de 1994, depois de ter sido solista do grupo Folclórico “Os Camponeses”.
Interessa-se pelo fado quando ouve pela primeira vez Amália Rodrigues e Teresa de Noronha. Apesar da sua curta carreira, tem cantado com regularidade, algumas das vezes, ao lado de nomes grandes, como António Pinto Basto, Margarida Bessa ou Carlos Zel.
O jornal “O Independente”, já chegou mesmo a considerá-la como “uma das melhores vozes da nova geração fadista”.
Dos pontos altos do seu, ainda jovem, percurso artístico podem-se destacar a participação no espectáculo “Raízes Rurais, Paixões Urbanas”, sob a direcção de Ricardo Pais e Mário Laginha, e a presença no elenco na Semana do Ribatejo Fadista na Expo-98, em Lisboa.
A confirmação absoluta do seu talento surge em 2000, quando é distinguida com o Prémio Revelação na Grande Noite do Fado na cidade do Porto.
No final de 2004, surgiu, finalmente o seu primeiro álbum de originais. “Meu Grão de Paraíso”, foi o título escolhido pela cantora. O disco conta com inéditos de Rosa Lobato Faria, Carlos Baleia, João Conceição Dias e José Luís Gordo, apresentando ainda temas conhecidos de Amália Rodrigues, Fernanda Maria, Fernanda Baptista e Vasco Rafael. “ (Retirado do Museu do Fado).


segunda-feira, 17 de junho de 2013



Alfredo Rodrigo Duarte, que ficou conhecido por Alfredo Marceneiro, dada a sua profissão, nasceu em Lisboa, no dia 29 de Fevereiro de 1888, embora o seu bilhete de identidade referisse o seu nascimento a 25 de Fevereiro de 1891.
Filho de Gertrudes da Conceição e Rodrigo Duarte, Alfredo foi o primeiro filho do casal, seguiram-se dois irmãos - Júlio e Álvaro - e uma irmã - Júlia.
Em 1905, quando tinha apenas 13 anos, o seu pai faleceu e Alfredo Duarte abandonou os estudos para ir trabalhar e ajudar no sustento da família. O seu primeiro emprego foi o de aprendiz de encadernador.
Tomou contacto com o Fado ao assistir às cegadas de rua. Conheceu então Júlio Janota que, para além de participar nas cegadas, tinha o ofício de marceneiro e lhe arranjou lugar como seu aprendiz numa oficina em Campo de Ourique.
Alfredo Duarte começou por cantar Fados nos bailes populares que frequentava, entre os 14 e os 17 anos. É nesta altura, em 1908, que faz a sua estreia na cegada do poeta Henrique Lageosa, inspirada no argumento do filme mudo O Duque de Guise, onde interpreta o papel da amante do Duque.
Para além de participar nas cegadas, onde desenvolve o seu método de dizer bem e dividir as orações, Alfredo Duarte começa a cantar em diversas festas de solidariedade e nos retiros do Caliça, Bacalhau, José dos Pacatos, Cachamorra, Baralisa e Romualdo, mas é no 14 do Largo do Rato que se torna mais conhecido.
É alcunhado de "Alfredo Lulu" por se vestir de forma elegante e aprumada, mas será o apelido de "Marceneiro", que se eternizará, cantado pelo próprio fadista no poema de Armando Neves, de que reproduzimos um excerto:
"Orgulho-me de ser em toda a parte
Português e fadista verdadeiro,
Eu que me chamo Alfredo, mas Duarte
Sou para toda a gente o Marceneiro"
Esse nome artístico - "Alfredo Marceneiro" - surge numa festa de homenagem aos cantadores Alfredo dos Santos Correeiro e José Bacalhau, como o próprio fadista conta: "Uma noite fui convidado por amigos que já me tinham ouvido cantar em paródias próprias da idade a ir ao Club Montanha (hoje Ritz). Dirigia a festa o poeta Manuel Soares e perguntou: «Quem é este rapazinho? Como se chama? Que ofício tem?» Então, quando me apresentou ao público, esquecendo o meu apelido, anunciou: «Vai cantar a seguir o principiante Alfredo... Alfredo... Olhem não me ocorre o apelido. É Alfredo... Marceneiro...» E ainda hoje sou o Alfredo Marceneiro." (cf.”Guitarra de Portugal”, 15 Julho de 1946).
Ao longo da sua vasta carreira, e apesar de manter a sua profissão de marceneiro, Alfredo Duarte é contratado para exibições em casas como o Clube Olímpia, onde esteve com Armandinho, Júlio Proença e Filipe Pinto, e depois em outras casas típicas como a Boémia, na Travessa da Palha, o Ferro de Engomar, o Castelo dos Mouros, o Solar da Alegria, ou o Júlio das Farturas, onde cantou durante um ano.
No ano de 1924 participa num concurso de Fados do Sul-América, um espaço situado na Rua da Palma, e onde ganhou a "Medalha de Ouro". Nesse mesmo ano canta durante dois meses no Chiado Terrasse para animar as noites de cinema e é presença na "Festa do Fado" organizada pelo jornal "Guitarra de Portugal" no Teatro São Luiz.
A partir desta data a sua carreira prossegue com grande sucesso actuando em casas como o Retiro da Severa, o Solar da Alegria ou o Café Mondego. Chega mesmo a ter a sua própria casa, o Solar do Marceneiro, no final da década de 1940, mas sendo um espírito irrequieto não consegue cingir-se a cantar diariamente nesse espaço.
Como exemplo dos momentos mais evidentes da admiração e fama que adquiriu ao longo da sua longa carreira salientamos: a organização de uma festa artística, em 1933 no Júlio das Farturas do Parque Mayer; em 1936, o segundo lugar do título "Marialva", ganho num concurso do Retiro da Severa; a 10 de Maio de 1941 um outro espectáculo denominado "Festa Artística de Alfredo Marceneiro", desta feita no Solar da Alegria; ou, ainda, a consagração como "Rei do Fado", no Café Luso, a 3 de Janeiro de 1948.
Apesar do sucesso da sua carreira nunca saiu de Portugal para actuações e raramente deixou Lisboa, embora na década de 1930 tivesse integrado alguns espectáculos de grupos criados para efectuar tournées por Portugal, caso da "Troupe Guitarra de Portugal", com Ercília Costa, Rosa Costa, Alberto Costa, João Fernandes (guitarra) e Santos Moreira (viola); ou da "Troup Artística de Fados Armandinho", com Armandinho, Georgino Gonçalves, Cecília d’ Almeida, Filipe Pinto e José Porfírio.
Alfredo Marceneiro cantou também no Teatro, subindo ao palco do Coliseu dos Recreios, em 1930, com a Opereta "História do Fado", onde actuavam Beatriz Costa e Vasco Santana. As suas interpretações em palcos de teatros incluíram também o São Luiz, o Avenida, o Apolo, o Éden - Teatro, o Capitólio, o Politeama, o Maria Vitória, e outros.
Em 1939, com a conhecida cantadeira Berta Cardoso, grava actuações no Teatro Variedades e no Retiro do Colete Encarnado, que serão apresentadas no filme" Feitiço do Império", de António Lopes Ribeiro. O "Feitiço do Império" estreia nas salas de cinema em 1940, e tem apresentações até 1952. O filme foi protagonizado por Luís de Campos e Isabela Tovar, Francisco Ribeiro (Ribeirinho), António Silva e Madalena Sotto. Lamentavelmente, a película existente na Cinemateca Portuguesa apresenta-se bastante deteriorada.
As gravações discográficas da sua obra não são muitas, uma vez que não apreciava cantar senão nos locais que considerava próprios e com a presença do público. Assim, apesar de ter gravado o seu primeiro disco, para a Casa Cardoso, em 1930, com os temas "Remorso" e "Natal do Criminoso", passou logo depois a ser artista privativo da Valentim de Carvalho. Seguiram-se apenas quatro LP’s e três EP’s, o último, "Fabuloso Marceneiro", gravado aos 70 anos.
O fadista também fez poucas aparições em programas de televisão. Em 1969, uma equipa técnica constituída por Henrique Mendes e Carlos do Carmo, como produtores, Luís Andrade, como realizador e José Maria Tudella, como operador de imagem, tem de se deslocar ao Bairro Alto para acompanhar Alfredo Marceneiro nas suas interpretações e poder assim realizar uma reportagem documental para a RTP. Dez anos mais tarde, em 1979, será pela intervenção do seu neto Vítor Duarte, que acederá a realizar um programa para a RTP, o qual foi exibido a 14 de Janeiro de 1980 e editado em DVD, pela Ovação, em 2007.
Apesar da sua fama e sucesso crescente mantém a profissão de marceneiro, até à década de 1930 nas oficinas de Diamantino Tojal e, posteriormente, nas Construções Navais do Arsenal do Alfeite, que depois passaram a ser administradas pela C.U.F..
Só em 1946 se dedica exclusivamente ao Fado como profissional, conservando no entanto em casa o banco de marceneiro e as ferramentas com que se entretinha a fazer pequenos trabalhos, um dos quais "A Casa da Mariquinhas", obra que merece especial relevo pelo cariz emblemático que assume para a própria História do Fado de Lisboa. Trata-se de uma construção em madeira, na escala de 1 por 10, em que, inspirado na letra de Silva Tavares, construíu/reconstruíu a casa evocada na descrição do poeta. Esta peça está actualmente na exposição permanente do Museu do Fado.
Alfredo Marceneiro considerava-se um estilista e nesta criação de estilos acabou por ser autor de composições que são hoje consideradas Fados tradicionais. A sua primeira composição foi a "Marcha do Alfredo Marceneiro", mas seguiram-se muitas outras como: "Fado Laranjeira", "Lembro-me de ti", "Fado Bailado", "Fado Bailarico", "Fado Balada", "Fado Cabaré", "Fado Cravo", "Fado CUF", "Fado Louco", "Mocita dos Caracóis", "Fado Pagem", "Fado Pierrot", "Bêbado Pintor" e "Fado Aida". Com a ajuda de Armando Augusto Freire (Armandinho), que lhe passa para pauta as suas criações, o fadista regista as suas músicas na Sociedade de Escritores e Autores Teatrais Portugueses.
O fadista foi pai de cinco filhos. Os primeiros dois: Rodrigo Duarte e Esmeraldo Duarte, resultaram de duas relações efémeras e os outros três: Carlos, Alfredo e Aida são fruto da sua união com Judite de Sousa Figueiredo com quem viveu até à data da sua morte, a 26 de Junho de 1982.
"Ti’ Alfredo" para os fadistas e amigos continua a ser considerado um dos fadistas maiores, seguido como um modelo na forma de dividir os versos cantados, não permitindo que as pausas musicais interrompam o sentido das orações. A sua figura característica, sempre de boina e lenço de seda ao pescoço, será recordada juntamente com o seu modo particular de interpretar, com o balancear de ombros e tronco e as mãos nos bolsos.
Alfredo Marceneiro reforma-se em 1963, realizando-se a 25 de Maio desse ano, no Teatro S. Luiz, a festa de título: A MADRUGADA DO FADO - Consagração e despedida do Grande Artista Alfredo Duarte Marceneiro. Na verdade esta não foi uma despedida, Alfredo Marceneiro continuou a cantar durante quase mais duas décadas.
Em 23 de Junho de 1980, numa cerimónia realizada no Teatro São Luiz, é-lhe entregue a "Medalha de Ouro de Mérito da Cidade de Lisboa", pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Eng.º Krus Abecassis.
Homenagens póstumas:
- "Comenda da Ordem do Infante D. Henrique", atribuída a 10 de Junho de 1984 pelo Presidente da República General Ramalho Eanes;
- A Câmara Municipal de Lisboa dá o seu nome a uma rua do Bairro de Chelas;
- Em 1991 foi comemorado o centenário do nascimento do fadista e entre outros eventos foi lançado o duplo álbum "O melhor de Alfredo Marceneiro" (EMI-Valentim de Carvalho) e foi exibido na RTP o documentário "Alfredo Marceneiro é só Fado".


segunda-feira, 10 de junho de 2013

Fernando Farinha - Belos Tempos.



Fernando Tavares Farinha nasceu no Barreiro a 20 de Dezembro de 1928, embora no seu Bilhete de Identidade seja indicada a data de 5 de maio de 1929. Quando tinha apenas 8 anos a família muda de residência para o bairro da Bica, em Lisboa.
Em 1937, com apenas nove anos de idade começou a cantar o Fado e participou em representação do bairro da Bica num concurso inter bairros, o que lhe valeu o subtítulo que ficou por toda a sua vida - o " Miúdo da Bica ". Fernando Farinha começou assim a cantar nesse concurso realizado na verbena de Santa Catarina de que era proprietário José Miguel.
Quando tinha 11 anos o seu pai faleceu e, com uma licença especial e ajuda do empresário José Miguel, Fernando farinha tornou-se fadista profissional, contribuindo com os seus cachets para o sustento familiar.
Desta forma foi contratado pelo mesmo empresário para cantar nas verbenas do Alto do Pina, Ajuda, Santo Amaro e outras, a que se segue a sua primeira integração num elenco de casa de Fado, no Café Mondego, situado na Rua da Barroca.
O seu primeiro disco foi gravado em 1940 e incluía os temas: “Meu Destino” e “Sempre Linda”. No ano seguinte, 1941, fará a sua estreia na revista, participando na revista “Boa vai ela”, no Teatro Maria Vitória. Voltará apenas a actuar mais uma vez em teatro de revista, muitos anos mais tarde, em 1963, na peça “Sal e Pimenta”.
Após a passagem pelos palcos e o lançamento do seu primeiro disco, Fernando Farinha volta a apresentar-se no circuito de casas típicas, passando pelo “Retiro da Severa”, “Solar da Alegria”, “Café Latino” ou “Café Luso”, entre outros espaços.
Fernando Farinha faz a sua primeira digressão ao Brasil com 23 anos. Permanece quatro meses nesse país, contratado para actuar na “Taverna Lusitana”, na Rádio Record e na TV Tupi de São Paulo. Quando regressa a Portugal integra o elenco da “Adega Mesquita”, onde permanecerá a partir de 1951 por um período de onze anos.
Em 1960 ganha o concurso "A Voz Mais Portuguesa de Portugal " e, no mesmo ano, festeja as suas Bodas de Prata artísticas, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e depois no Palácio de Cristal, no Porto.
Em 1961 é-lhe atribuída a 2º classificação no concurso Rei da Rádio, no ano seguinte recebe a Taça Rei da Rádio de 1º classificado e, no ano de 1963, o Óscar da Casa da Imprensa para o melhor fadista.
Fernando Farinha filmará a sua história na película "O Miúdo da Bica ", num filme realizado por Constantino Esteves que se estreia no Éden em Julho de 1963. No ano seguinte, 1964, o mesmo realizador apresentará o filme "A Última Pega", com Leónia Mendes, Fernando farinha, Júlia Buisel, Cunha Marques e Vicente da Câmara.
Em 1965 é convidado a actuar em Paris, para os emigrantes portugueses e no mesmo ano deslocou-se ao Canadá e Estados Unidos da América onde voltou posteriormente devido ao êxito ali alcançado. Nas décadas seguintes será sobretudo para as comunidades emigrantes da Europa e da América do Norte que Fernando Farinha actuará, fazendo espectáculos na Bélgica, França, Alemanha, Estados Unidos e Canadá.
Para além de ter popularizado temas como “O Miúdo da Bica” ou “Fado das Trincheiras”, o fadista foi também autor e compositor de muitos temas, os quais estão registados na Sociedade Portuguesa de Autores.
Alguns temas da sua autoria que interpretou com grande sucesso foram o “Belos Tempos”, “Eu ontem e hoje”, “Um Fado a Marceneiro”, “Estações de Amor” ou “Cinco Bairros”. Mas muitos desses temas que criou foram interpretados por outros intérpretes, como é o caso de “O teu olhar”, interpretado por Carlos Ramos; “Lugar vazio”, cantado por Tony de Matos e Hermínia Silva; “Fado Rambóia” e “Já não tens coração”, popularizados por Manuel de Almeida; ou ainda “Isto é Fado”, cantado por Fernanda Maria, apenas para citar alguns exemplos.
Fernando Farinha gostava também de fazer caricaturas dos seus colegas e companheiros de profissão, aos quais oferecia muitas vezes os resultados desta sua arte.
O fadista faleceu a 12 de Fevereiro de 1988.
Observações:
A Câmara Municipal de Lisboa, no intuito de perpetuar a memória do fadista, atribuiu o seu nome a um arruamento da Freguesia de Marvila.
Última actualização: Abril/2008.




domingo, 2 de junho de 2013

Rodrigo - Parece que é bruxo.


Nascido a 29 de Junho de 1941,na freguesia da Graça, em Lisboa, foi baptizado com o nome de Rodrigo Ferreira Inácio.
Aos 18 anos, foi convidado a fazer parte de um conjunto musical denominado "Os Cinco Reis".Este grupo obteve grande sucesso no início dos anos 60, tendo participado em muitos programas de televisão, em directo. Grava um disco de êxito (“O Pepe”) apresentando-se em muitas salas de Lisboa e não só, donde se destaca o então famosíssimo “Passatempo para Jovens”.
Aos 21 anos, sente necessidade de aprender algo mais que o ajude a fazer face à vida. Assim, vai para França afim de aprender a língua francesa. Na véspera da partida para Paris, resolve fazer uma festa de despedida com alguns amigos, passando a noite a fazer aquilo a que normalmente se chama visitar as “capelinhas”. Terminaram a noite numa casa de fados em Alcântara, a velha “Cesária”, local onde nunca tinha entrado. Ao integrar-se naquele ambiente, não sendo propriamente um apreciador de fado, sentiu algo de muito forte naquela sala, perguntando-se: “Que Fenómeno este tão estranho, que leva todos os presentes a transformarem-se quando se ouve o tocar duma guitarra acompanhando qualquer voz por muito rouca que seja e sentir que em tudo aquilo que se sente e ouve, há muito de Portugal?”.
Incitado pelos amigos, resolveu participar daquele ambiente fadista cantando o único fado que sabia, por estar muito na moda e o ouvir muitas vezes na rádio: “Biografia do Fado”, celebrizado por um grande senhor do Fado: Carlos Ramos. Mal acabou de cantar, sentou-se, pois não sabia mais nenhum. Dos que o ouviram, ninguém queria acreditar que aquele rapaz afável e educado, desconhecesse outros fados e mais ainda, que seria a primeira vez que o teria cantado. Depois de muitas explicações (toda a gente o queria ouvir cantar mais), lá acreditaram, por sentirem estar a falar a verdade.
Este incidente marcou-o para o resto da vida. Já em França, com bastante surpresa sua, o momento que mais recordava, para além da saudade que sentia da família, era o daquele mágico momento fadista.
Aos 26 anos regressa definitivamente a Portugal e grava o seu primeiro disco, “A Última Toirada Real em Salvaterra”.Embora o tenha gravado na qualidade de amador, o disco obteve enorme sucesso, o mesmo acontecendo aos discos que se seguiram. É então que, aos 30 anos, se torna profissional, deixando o cargo de Sócio-Gerente de uma conhecida editora gráfica para se dedicar exclusivamente à sua paixão:O FADO.
Embora nascido em Lisboa, é conhecido pelo “fadista de Cascais”, onde vive há cerca de quarenta anos. Durante 31 anos foi proprietário do "Forte D. Rodrigo" - uma das mais famosas Casas de Fado, em Cascais.
Fica assim explicado o facto do seu nome estar sempre ligado a Cascais, como se comprova através de variadíssimos artigos escritos em publicações em muitas partes do Mundo, o que levaria a Câmara Municipal de Cascais a distingui-lo com medalha de mérito, passando assim a fazer parte dos notáveis do Concelho.
A sua discografia conta com trinta e seis trabalhos de longa duração, na sua maioria, discos de ouro ou prata, donde se destaca o seu mais recente trabalho intitulado «Marés de Saudade» (Novembro de 2002). Divulgador da canção Lisboeta em todo o Mundo, RODRIGOrepresentou inúmeras vezes o nosso País em certames internacionais, fazendo-o sempre de maneira honrosa, donde se destacam as seguintes participações:
- Primeiro centenário da Cidade de Joanesburgo - África do Sul
- Festival Autour du Monde-Casino de Monte Carlo - Mónaco
- Festival del Sol – Trujillo, Espanha
- Jantar de Gala em Honra do Presidente norte-americano Jimmy Carter, em Washington
Por tudo isto, não terá sido surpreendido ao ser distinguido peloSenado, com o Diploma de Agradecimento pela sua prestação cultural ao povo do Estado de Rhode Island, nos Estados Unidos da América.
Durante os seus 40 anos de carreira, actuou em diversas salas de espectáculo e cadeias de televisão pelos cinco cantos do Mundo. Exemplos: Espanha, Alemanha, França, Canadá, Estados Unidos da América, Brasil, Venezuela, África, etc.
Actualmente, com 66 anos, RODRIGO é, sem dúvida, um caso raro de popularidade e simpatia, premiado pela admiração, carinho, respeito e amizade de todo o Povo Português. (http://rodrigofadista.blogspot.pt/)


domingo, 26 de maio de 2013

Teresa Tarouca _ Saudade, Silêncio e Sombra.



D. Tereza de Jesus Pinto Coelho Telles da Silva  (Lisboa, 4 de Janeiro de 1942) é uma fadista portuguesa.
Oriunda de uma família ligada à música e representante do fado aristocrático, é neta paterna da 12.ª Condessa de Tarouca, prima afastada de D. Maria Teresa de Noronha e prima de D. Frei Hermano da Câmara. Filha de Sebastião Eduardo António Telles da Silva Valente Moreira (Aveiro, Esgueira, 22 de Novembro de 1914 - Lisboa, 18 de Agosto de 1982) e de sua mulher (Lisboa, 28 de Dezembro de 1939) D. Mariana do Carmo da Câmara Pinto Coelho (Coimbra, 4 de Dezembro de 1913 - Lisboa, 12 de Abril de 1992), irmã do Dr. Domingos José da Câmara Pinto Coelho, deputado à Assembleia Nacional, bastonário da Ordem dos Advogados, e político católico na IIª República.
Menina-prodígio, começou a cantar desde muito cedo, influenciada por Amália Rodrigues e Maria Teresa de Noronha. A sua primeira apresentação em público aconteceu, com apenas 13 anos. Assinou contrato com a RCA, em 1961, para a gravação do primeiro disco.
Também gravou folclore com temas como: REBATIDA, PASTORINHA, O LENÇO, NOSSA SENHORA DA LAPA, AI QUEM ME DERA, ANDA O SOL ATRÁS DA LUA, OH AI ESTEJA QUEDO, UM AI, MEU AMOR, UM AI, ROSAS, PENAS TEM QUEM AMORES, CHAPEU ALTO, VIRA DO CORAÇÃO. Partiicpou na revista "Preço Único"
Trabalhou com uma vasta galeria de autores de qualidade como D. António de Bragança, João de Noronha, Casimiro Ramos, João Ferreira-Rosa, Francisco Viana, Alfredo Marceneiro, D. Nuno de Lorena, Pedro Homem de Mello e Maria Manuel Cid.
Teresa Tarouca ganhou vários prémios nacionais e internacionais e actuou em muitos países como Dinamarca, Bélgica, Espanha, Estados Unidos e Brasil.
Em 1989 foi editado o álbum "Tereza Tarouca Canta Pedro Homem de Mello", um disco emblemático da sua carreira.
Na década de 1990 retirou-se praticamente da carreira artística.
Algumas das suas canções mais conhecidas são "Mouraria", "Deixa Que Te Cante Um Fado", "Fado", "Dor e Sofrimento", "Passeio à Mouraria", "Saudade, Silêncio e Sombra", "Não Sou Fadista de Raça", "Meu Bergantim" e "Zé Sapateiro".



domingo, 19 de maio de 2013

Lucília do Carmo - Maria Madalena.



Lucília Nunes de Ascensão do Carmo (Portalegre, 4 de Novembro de 1919 - Lisboa, 19 de Novembro de 1998) foi uma célebre fadista portuguesa, mãe de Carlos do Carmo.
Aos cinco anos, juntamente com a sua família, chefiada por seu pai Francisco, estabelece-se em Lisboa.
A sua estreia como fadista aconteceu no Retiro da Severa, no ano de 1936, quando apenas contava 17 anos, na presença dos proprietários e empresários das mais típicas casas de fado de Alfama, Bairro Alto e Mouraria, tipicamente os três bairros fadistas de Lisboa. A sua presença em palco e voz captaram as atenções do público e o reconhecimento veio rapidamente.
Casada com Alfredo de Almeida, em 1939, nasce o seu filho Carlos do Carmo que, influenciado pela sua mãe, mais tarde se tornaria num grande fadista, com uma bem sucedida carreira nacional e internacional.
Em 1947, dois anos depois do fim da Segunda Grande Guerra, abriu a sua própria casa de fados, chamada Adega da Lucília, que mais tarde mudou o nome para O Faia. A casa, onde actuava frequentemente, localizava-se no Bairro Alto, em plena Rua Barroca. Atraiu para o local alguns dos seus amigos, como Alfredo Marceneiro e Tristão da Silva. Ary dos Santos, que frequentava O Faia, disse da fadista «Lucília do Carmo é, quanto a mim, um clássico do fado!» .
Retirou-se durante cinco anos das rodas culturais lisboetas, e partiu para o Brasil. Após o seu retorno realizou algumas digressões no estrangeiro, mas poucos discos gravou.
Entre os seus êxitos contam-se Leio em teus olhos, Foi na Travessa da Palha, Maria Madalena, Não gosto de ti, Preciso de te ver, Senhora da Saúde, Olhos garotos, Antigamente, Tia Dolores , Loucura ,Zé Maria, Lá vai a Rosa Maria.
Na década de 1980, retirou-se da vida artística. Indubitavelmente, uma dama do fado corrido, tida como uma das melhores vozes do fado. Faleceu em Lisboa, em 1999.


domingo, 12 de maio de 2013

Manuel de Almeida - Teus olhos são dois garotos.



Manuel Ferreira de Almeida nasceu, em Lisboa, no dia 27 de Abril de 1922.
Estreou-se profissionalmente em 1951 no "Tipóia". Em 1962 recebe a Festa de Consagração no Pavilhão dos Desportos. Recebe também o prémio da casa da Imprensa.
Em Barcelona grava, com Mariana Silva, o seu primeiro LP. Os seus dois primeiros LP são gravados para a editora catalã Belter.
Esteve doze anos na Casa Típica "A Tipóia" e onze no restaurante típico "Lisboa à Noite". Em 1979 é convidado para actuar no "Forte Dom Rodrigo", em Cascais, propriedade de Rodrigo, onde esteve até ao fim da sua vida.
Manuel de Almeida e Rão Kyao actuaram na Coreia do Norte, em 1986, no "Festival da Primavera, da Amizade e da Arte". Em 1987 foi editado o álbum "Eu Fadista Me Confesso", produzido por Rão Kyao.
Em Fevereiro de 1994, por ocasião das suas bodas de ouro, foi homenageado no Teatro São Luiz, em Lisboa. Em 1995, recebeu o Prémio de Interpretação no "Les Blues de l`Europe", em Saint-Severe (França).
Morreu em 3 de Dezembro de 1995. Em 1996 recebeu da Casa da Imprensa, a título póstumo, o Troféu-Prémio Carreira. (wikipe´dia)



domingo, 5 de maio de 2013

Mariza - Oh gente da minha terra



Marisa dos Reis Nunes Com IH (Lourenço Marques, 16 de Dezembro de 1973) é o nome de nascimento da fadista portuguesa Mariza, segundo ela própria corrige na TSF à conversa com Carlos Vaz Marques em 2003, «cantadeira de fados».
Tem sido presença regular em palcos como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, o Lobero Theater, em Santa Bárbara, a Salle Pleyel, em Paris, a Ópera de Sydney ou o Royal Albert Hall. O jornal britânico The Guardian considerou-a «uma diva da música do mundo».
Marisa nasceu em Lourenço Marques (actual Maputo), capital da província ultramarina portuguesa de Moçambique. É filha de pai português, José Brandão Nunes, e mãe moçambicana, Isabel Nunes. Nasceu prematura, de seis meses e meio sem qualquer justificação clínica aparente, e, segundo declarações da cantora à SIC, o pai considerava-a o bebé mais feio que alguma vez vira. Segundo ela «ainda tinha as orelhas coladas e os olhos por abrir»  e o próprio pai pensou que não sobreviveria.
Ao colo da mãe, com três anos, chegou ao Aeroporto da Portela em Lisboa, pela primeira vez em 1977. Na actual Maputo, o pai trabalhara como gerente de uma empresa Holandesa de nome Zuid. Durante o êxodo das famílias portuguesas nas antigas colónias ultramarinas portuguesas, o pai abandonou Moçambique com a família mais chegada, escolhendo Lisboa para recomeçar uma nova vida. Instalaram-se em Corroios e mais tarde no n.º 22 da Travessa dos Lagares, na Mouraria.
Em 1979 reabriram o restaurante Zalala no bairro típico de Lisboa, Mouraria, berço do fado e frequentado por inúmeros fadistas de referência, como Fernando Maurício e Artur Batalha bem como Alfredo Marceneiro Jr, filho de Alfredo Marceneiro, que levou Mariza com 7 anos a cantar pela primeira vez num ambiente profissional na Casa de Fado Adega Machado. Zalala, hoje fechado, o restaurante onde Mariza cresceu, foi assim nomeado em homenagem a uma praia moçambicana.
Foi o pai que determinou o gosto da cantora pelo fado. Segundo ela, o pai estava «sempre a ouvir fado e, na hora das refeições, nunca se via televisão; ouviam-se discos, sempre de fado…»  Fernando Farinha, Fernando Maurício, Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, entre muitos outros, eram os predilectos de José Nunes, e foram os que mais influenciaram a forma de cantar de Mariza.
Com cinco anos de idade, recebeu o seu primeiro xaile, e começou então a moldar a voz que a tornou famosa. Sobre o estabelecimento onde aprendeu a cantar o fado e onde actuou pela primeira vez aos cinco anos, já envergando um xaile negro, Mariza referiu:
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Foi aqui que toda a história começou. Se calhar é aqui que vai acabar. Tudo pode acabar de repente, tal como começou, e eu volto à minha Mouraria e à taberninha dos meus pais para servir dobradinhas e copos de vinho que não me chateia nada!
Descrição: Cquote2.svg

Ali cruzou-se «com tantos fadistas que as suas caras já se esfumam na memória». O restaurante permanece fechado há vários anos mas ainda conserva na porta a placa com o seu nome e uma legenda que diz «O cantinho do artista».
Apenas na adolescência começou a ser levada a sério como cantora, mas os pais admitiram em várias entrevistas saberem que a filha tinha um «dom». O primeiro fado que interpretou no Zalala foi Os Putos, de Carlos do Carmo, que o seu pai lhe ensinou fazendo desenhos em toalhetes de papel. Ainda a menina não sabia ler, e era a forma de decorar os fados preferidos pelo pai, assim como Ó Ai Ó Linda e Menina das Tranças Pretas.
O recreio da escola primária da Mouraria era um palco para a menina de seis anos. Em entrevista ao Correio da Manhã, a antiga auxiliar de educação da escola, Dª. Fernanda, referiu qua a jovem fazia uma roda com as colegas e depois ia para o meio delas onde cantava, com as professoras de vigia nos vestíbulos ou atrás das janelas, para que não se sentisse constrangida.
Outro dos seus hobbies era o sapateado, praticado à porta de casa com caricas de Coca-Cola coladas nos sapatos. Cantava em casa e, a cumprir o papel de microfone, utilizava latas de laca e desodorizantes. «Era a minha imitação do Fred Astaire!», declarou posteriormente.
Já na adolescência, Mariza passa a frequentar a Escola Secundária Gil Vicente. Era hábito seu fugir de casa para ir ouvir as noites de fado para o Grupo Desportivo da Mouraria, onde permanecia à porta, já que não lhe permitiam a entrada.
Até se assumir como fadista cantou diversos géneros musicais como, pop, gospel, soul, jazz e ainda música ligeira, acompanhando o artista/cantor Luís Filipe Reis. Na época, não caía bem entre os amigos dizer que um dos seus hobbies era cantar fado. Formou com alguns amigos uma banda de covers de nome Vinyl, e costumavam cantar no bar Xafarix, em Lisboa. Mais tarde formou os Funkytown.
A música brasileira era uma atracção para Mariza que viveu durante cinco meses no Brasil, no ano de 1996.
Foi numa das mais típicas casas de fados de Lisboa, o Sr. Vinho, propriedade de Maria da Fé e de José Luís Gordo, situada na Lapa, que Mariza começou a cantar mais profissionalmente. «Maria da Fé foi praticamente a professora dela aqui», segundo José Luís Gordo, que chegou a escrever dois fados para a intérprete. A primeira música que cantou em público foi Povo que lavas no rio. Cantou também noCafé Café, propriedade de Herman José.




domingo, 28 de abril de 2013

Água Louca da Ribeira - Ricardo Ribeiro.



Ricardo Alexandre Paulo Ribeiro nasceu em Lisboa, a 19 de Agosto de 1981,  onde foi criado no Bairro da Ajuda, tendo começado a cantar aos 9 anos de idade para os amigos.
Impulsionado por uma tia, a sua estreia aconteceu aos 12 anos, no Grupo Desportivo "A Académica da Ajuda", sendo acompanhado à guitarra por Carlos Gonçalves e à viola José Inácio, que se tornaria um dos seus mestres.
Participa na Grande Noite do Fado de 1996, em Lisboa, arrecadando o 2º lugar. Vence esta iniciativa da Casa da Imprensa no ano seguinte e já em 1998 volta a vencer mas já na categoria de seniores masculinos.
Ao mesmo tempo que estuda no Colégio Diocesano Andrade Corvo, em Torres Novas, aos 15 anos Ricardo passa a integrar o elenco do Restaurante Típico "Os Ferreiras", na freguesia da Pena, ao lado de nomes como Fernando Maurício (que considera seu mestre) e Adelino dos Santos, guitarrista de quem diz ter recebido muitos ensinamentos.
Passa mais tarde para o Bairro Alto, actuando no Restaurante Típico "Nô-Nô", O Faia ou Café Luso. Actualmente faz parte do elenco da Casa de Fado Marquês da Sé e actua ainda, aos sábados, na Mesa de Frades, ambos em Alfama.
Em 2001 representa Portugal, a convite do Ministério da Cultura francês, num festival de culturas realizado na casa doada pela actriz Maria Casarès à localidade de Alloue, Charente, França.
Em 2004 participa em A Tribute to Amália Rodrigues, uma compilação de homenagem à fadista portuguesa, editada em 6 de Outubro pela World Connection. O tema escolhido foi "Quando se Gosta de Alguém", com letra de Amália e música de Jorge Fernando. Neste álbum participam também nomes como Ana Moura, Argentina Santos, Cristina Branco, Joana Amendoeira, Maria da Féou Jorge Fernando mas também alguns artistas fora da esfera do fado como Ciganos D'Ouro, Raul Marques e os Amigos da Salsa, V Império ou Vozes da Rádio.
O álbum Ricardo Ribeiro sai ainda em 2004 pela editora Companhia Nacional de Música. Este álbum está marcado pelo fado tradicional mas com quatro excepções trazidas por Jorge Fernando, Paco González e Manuel Mendes, contando ainda com letras escritas para si por José Luís Gordo e Rui Manuel.
No ano de 2005 é agraciado com o Prémio Revelação Masculina da Fundação Amália Rodrigues. Entra também no filme "Rio Turvo" de Edgar Pêra onde interpreta um fado e uma canção de Fernando Girão.
Ainda em 2005 é convidado pelo encenador Ricardo Pais para participar na peça "Cabelo Branco É Saudade" onde entraram outros nomes como Celeste Rodrigues, Argentina Santos e Alcindo de Carvalho. O espectáculo é apresentado no Teatro Nacional de São João e em outras importantes salas de espectáculo como a Cité de la musique de Paris, o Teatro de La Abadía de Madrid, a Ópera de Frankfurt(Opern und Schauspielhaus Frankfurt), o Teatro Mercadante de Nápoles ou a Casa da Música, no Porto.
No ano seguinte, 2006, a Casa da Imprensa atribui-lhe o Prémio Revelação, e um dos temas do seu primeiro álbum, "A Lua e o Corpo" (Rui Manuel De Oliveira / Alfredo Marceneiro (Fado Pierrot)), é escolhido para integrar a compilação Álbum Vermelho do Fado, editado pela Companhia Nacional de Música. Deste duplo álbum fazem parte trabalhos de Amália Rodrigues, Ana Moura, Argentina Santos,Camané, Cristina Branco, Gonçalo Salgueiro, João Braga, Joana Amendoeira, Katia Guerreiro, Mariza, Mísia e do seu mestre Fernando Maurício.
Ainda em 2006 canta uma versão fadista do Hino Nacional de Portugal, em apoio da selecção nacional de futebol, participante no Campeonato Mundial de Futebol desse ano, realizado na Alemanha.
Em 2007 verifica-se a estreia do filme documentário musical "Fados", do realizador espanhol Carlos Saura, onde Ricardo participa no quadro "Casa de Fados".
"A Lua e o Corpo" volta a entrar numa compilação Fado Sempre! Ontem, Hoje e Amanhã. Faz parte da secção "Hoje" deste trabalho comemorativo dos 150 anos de fado, editado pela Difference e iPlay, que reúne 80 fados interpretados por nomes incontornáveis do panorama do fado.
Na sequência dos concertos a Julho de 2007, no Teatro de São Luiz, em Lisboa e no Porto, no Teatro Nacional de São João com o libanês Rabih Abou-Khalil, Ricardo é a voz do álbum Em Português do compositor e tocador de Oud, lançado em Maio de 2008 pela editora Enja Records. A letras são assinadas por Mário Rainho, Silva Tavares, José Luís Gordo, Tiago Torres da Silva, Rui Manuel e António Rocha.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

domingo, 21 de abril de 2013

Ana Láins - Zanguei-me com o meu amor.



Ana Margarida Laíns da Silva Augusto, mais conhecida como Ana Laíns nasceu em Tomar, a 16 de Agosto de 1979. É uma cantora portuguesa ligada ao fado.
Tendo nascido em Tomar, Ana Laíns tem uma forte ligação a Constância, onde pela primeira vez que canta em público com apenas 6 anos. Só aos 15 anos é que canta o seu primeiro fado, "a pedido do pai, Manuel Augusto, militar de carreira" e "por insistência do fadista João Chora".
Após ter vencido a Grande Noite do Fado de Lisboa em 1999, decide levar a sério a sua carreira musical e as suas actuações levam-na por vários países europeus como Alemanha, França, Bélgica ou Luxemburgo, atravessando até o Atlântico para cantar nos Estados Unidos da América.
No ano seguinte, em 2000, começam a surgir os seus primeiros registos em estúdio, através das participações em compilações.
Depois de assinado o seu primeiro contrato discográfico em 2003, Ana começa a gravar, no final de 2005, o seu disco de estreia contando com Diogo Clemente na direcção musical e na produção.
Em Abril de 2006 chega ao mercado o seu primeiro álbum Sentidos. Nesta edição da Difference, Ana Laíns interpreta poemas de autores como Florbela Espanca, Lídia Oliveira ou António Ramos Rosa, sendo também possível encontrar assinaturas como Helder Moutinho ou Jorge Fernando.
A digressão de promoção de  Sentidos  passa também por Espanha, Bélgica, Holanda, Rússia ou Grécia.
No Verão de 2009 surge o convite de Boy George para gravar o tema "Amazing Grace", que viria a ser incluído no seu novo trabalho Ordinary Alien, editado nos inícios de 2011.
Em 2010, no ano em que Ana Laíns assinala 10 anos de carreira, lança o seu álbum Quatro Caminhos, a 1 de Março, que conta novamente com a chancela Difference e com a cumplicidade de Diogo Clemente na produção e na direcção musical.
Este segundo trabalho regista, em "Não Sou Nascida do Fado", a estreia da fadista como responsável por uma das letras, ao lado de poemas de Natália Correia, o uruguaio Rubén Darío ou o brasileiro Carlos Drummond de Andrade. Na autoria da parte musical encontramos nomes como Amélia Muge, José Manuel David ou Filipe Raposo.
Ainda em 2010, Ana Laíns participa em dois temas do álbum Catavento de Beto Betuk, um trabalho que conta ainda com participações de artistas como Dulce Pontes ou Ivan Lins. (wikipédia)