domingo, 26 de maio de 2013

Teresa Tarouca _ Saudade, Silêncio e Sombra.



D. Tereza de Jesus Pinto Coelho Telles da Silva  (Lisboa, 4 de Janeiro de 1942) é uma fadista portuguesa.
Oriunda de uma família ligada à música e representante do fado aristocrático, é neta paterna da 12.ª Condessa de Tarouca, prima afastada de D. Maria Teresa de Noronha e prima de D. Frei Hermano da Câmara. Filha de Sebastião Eduardo António Telles da Silva Valente Moreira (Aveiro, Esgueira, 22 de Novembro de 1914 - Lisboa, 18 de Agosto de 1982) e de sua mulher (Lisboa, 28 de Dezembro de 1939) D. Mariana do Carmo da Câmara Pinto Coelho (Coimbra, 4 de Dezembro de 1913 - Lisboa, 12 de Abril de 1992), irmã do Dr. Domingos José da Câmara Pinto Coelho, deputado à Assembleia Nacional, bastonário da Ordem dos Advogados, e político católico na IIª República.
Menina-prodígio, começou a cantar desde muito cedo, influenciada por Amália Rodrigues e Maria Teresa de Noronha. A sua primeira apresentação em público aconteceu, com apenas 13 anos. Assinou contrato com a RCA, em 1961, para a gravação do primeiro disco.
Também gravou folclore com temas como: REBATIDA, PASTORINHA, O LENÇO, NOSSA SENHORA DA LAPA, AI QUEM ME DERA, ANDA O SOL ATRÁS DA LUA, OH AI ESTEJA QUEDO, UM AI, MEU AMOR, UM AI, ROSAS, PENAS TEM QUEM AMORES, CHAPEU ALTO, VIRA DO CORAÇÃO. Partiicpou na revista "Preço Único"
Trabalhou com uma vasta galeria de autores de qualidade como D. António de Bragança, João de Noronha, Casimiro Ramos, João Ferreira-Rosa, Francisco Viana, Alfredo Marceneiro, D. Nuno de Lorena, Pedro Homem de Mello e Maria Manuel Cid.
Teresa Tarouca ganhou vários prémios nacionais e internacionais e actuou em muitos países como Dinamarca, Bélgica, Espanha, Estados Unidos e Brasil.
Em 1989 foi editado o álbum "Tereza Tarouca Canta Pedro Homem de Mello", um disco emblemático da sua carreira.
Na década de 1990 retirou-se praticamente da carreira artística.
Algumas das suas canções mais conhecidas são "Mouraria", "Deixa Que Te Cante Um Fado", "Fado", "Dor e Sofrimento", "Passeio à Mouraria", "Saudade, Silêncio e Sombra", "Não Sou Fadista de Raça", "Meu Bergantim" e "Zé Sapateiro".



domingo, 19 de maio de 2013

Lucília do Carmo - Maria Madalena.



Lucília Nunes de Ascensão do Carmo (Portalegre, 4 de Novembro de 1919 - Lisboa, 19 de Novembro de 1998) foi uma célebre fadista portuguesa, mãe de Carlos do Carmo.
Aos cinco anos, juntamente com a sua família, chefiada por seu pai Francisco, estabelece-se em Lisboa.
A sua estreia como fadista aconteceu no Retiro da Severa, no ano de 1936, quando apenas contava 17 anos, na presença dos proprietários e empresários das mais típicas casas de fado de Alfama, Bairro Alto e Mouraria, tipicamente os três bairros fadistas de Lisboa. A sua presença em palco e voz captaram as atenções do público e o reconhecimento veio rapidamente.
Casada com Alfredo de Almeida, em 1939, nasce o seu filho Carlos do Carmo que, influenciado pela sua mãe, mais tarde se tornaria num grande fadista, com uma bem sucedida carreira nacional e internacional.
Em 1947, dois anos depois do fim da Segunda Grande Guerra, abriu a sua própria casa de fados, chamada Adega da Lucília, que mais tarde mudou o nome para O Faia. A casa, onde actuava frequentemente, localizava-se no Bairro Alto, em plena Rua Barroca. Atraiu para o local alguns dos seus amigos, como Alfredo Marceneiro e Tristão da Silva. Ary dos Santos, que frequentava O Faia, disse da fadista «Lucília do Carmo é, quanto a mim, um clássico do fado!» .
Retirou-se durante cinco anos das rodas culturais lisboetas, e partiu para o Brasil. Após o seu retorno realizou algumas digressões no estrangeiro, mas poucos discos gravou.
Entre os seus êxitos contam-se Leio em teus olhos, Foi na Travessa da Palha, Maria Madalena, Não gosto de ti, Preciso de te ver, Senhora da Saúde, Olhos garotos, Antigamente, Tia Dolores , Loucura ,Zé Maria, Lá vai a Rosa Maria.
Na década de 1980, retirou-se da vida artística. Indubitavelmente, uma dama do fado corrido, tida como uma das melhores vozes do fado. Faleceu em Lisboa, em 1999.


domingo, 12 de maio de 2013

Manuel de Almeida - Teus olhos são dois garotos.



Manuel Ferreira de Almeida nasceu, em Lisboa, no dia 27 de Abril de 1922.
Estreou-se profissionalmente em 1951 no "Tipóia". Em 1962 recebe a Festa de Consagração no Pavilhão dos Desportos. Recebe também o prémio da casa da Imprensa.
Em Barcelona grava, com Mariana Silva, o seu primeiro LP. Os seus dois primeiros LP são gravados para a editora catalã Belter.
Esteve doze anos na Casa Típica "A Tipóia" e onze no restaurante típico "Lisboa à Noite". Em 1979 é convidado para actuar no "Forte Dom Rodrigo", em Cascais, propriedade de Rodrigo, onde esteve até ao fim da sua vida.
Manuel de Almeida e Rão Kyao actuaram na Coreia do Norte, em 1986, no "Festival da Primavera, da Amizade e da Arte". Em 1987 foi editado o álbum "Eu Fadista Me Confesso", produzido por Rão Kyao.
Em Fevereiro de 1994, por ocasião das suas bodas de ouro, foi homenageado no Teatro São Luiz, em Lisboa. Em 1995, recebeu o Prémio de Interpretação no "Les Blues de l`Europe", em Saint-Severe (França).
Morreu em 3 de Dezembro de 1995. Em 1996 recebeu da Casa da Imprensa, a título póstumo, o Troféu-Prémio Carreira. (wikipe´dia)



domingo, 5 de maio de 2013

Mariza - Oh gente da minha terra



Marisa dos Reis Nunes Com IH (Lourenço Marques, 16 de Dezembro de 1973) é o nome de nascimento da fadista portuguesa Mariza, segundo ela própria corrige na TSF à conversa com Carlos Vaz Marques em 2003, «cantadeira de fados».
Tem sido presença regular em palcos como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, o Lobero Theater, em Santa Bárbara, a Salle Pleyel, em Paris, a Ópera de Sydney ou o Royal Albert Hall. O jornal britânico The Guardian considerou-a «uma diva da música do mundo».
Marisa nasceu em Lourenço Marques (actual Maputo), capital da província ultramarina portuguesa de Moçambique. É filha de pai português, José Brandão Nunes, e mãe moçambicana, Isabel Nunes. Nasceu prematura, de seis meses e meio sem qualquer justificação clínica aparente, e, segundo declarações da cantora à SIC, o pai considerava-a o bebé mais feio que alguma vez vira. Segundo ela «ainda tinha as orelhas coladas e os olhos por abrir»  e o próprio pai pensou que não sobreviveria.
Ao colo da mãe, com três anos, chegou ao Aeroporto da Portela em Lisboa, pela primeira vez em 1977. Na actual Maputo, o pai trabalhara como gerente de uma empresa Holandesa de nome Zuid. Durante o êxodo das famílias portuguesas nas antigas colónias ultramarinas portuguesas, o pai abandonou Moçambique com a família mais chegada, escolhendo Lisboa para recomeçar uma nova vida. Instalaram-se em Corroios e mais tarde no n.º 22 da Travessa dos Lagares, na Mouraria.
Em 1979 reabriram o restaurante Zalala no bairro típico de Lisboa, Mouraria, berço do fado e frequentado por inúmeros fadistas de referência, como Fernando Maurício e Artur Batalha bem como Alfredo Marceneiro Jr, filho de Alfredo Marceneiro, que levou Mariza com 7 anos a cantar pela primeira vez num ambiente profissional na Casa de Fado Adega Machado. Zalala, hoje fechado, o restaurante onde Mariza cresceu, foi assim nomeado em homenagem a uma praia moçambicana.
Foi o pai que determinou o gosto da cantora pelo fado. Segundo ela, o pai estava «sempre a ouvir fado e, na hora das refeições, nunca se via televisão; ouviam-se discos, sempre de fado…»  Fernando Farinha, Fernando Maurício, Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, entre muitos outros, eram os predilectos de José Nunes, e foram os que mais influenciaram a forma de cantar de Mariza.
Com cinco anos de idade, recebeu o seu primeiro xaile, e começou então a moldar a voz que a tornou famosa. Sobre o estabelecimento onde aprendeu a cantar o fado e onde actuou pela primeira vez aos cinco anos, já envergando um xaile negro, Mariza referiu:
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Foi aqui que toda a história começou. Se calhar é aqui que vai acabar. Tudo pode acabar de repente, tal como começou, e eu volto à minha Mouraria e à taberninha dos meus pais para servir dobradinhas e copos de vinho que não me chateia nada!
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Ali cruzou-se «com tantos fadistas que as suas caras já se esfumam na memória». O restaurante permanece fechado há vários anos mas ainda conserva na porta a placa com o seu nome e uma legenda que diz «O cantinho do artista».
Apenas na adolescência começou a ser levada a sério como cantora, mas os pais admitiram em várias entrevistas saberem que a filha tinha um «dom». O primeiro fado que interpretou no Zalala foi Os Putos, de Carlos do Carmo, que o seu pai lhe ensinou fazendo desenhos em toalhetes de papel. Ainda a menina não sabia ler, e era a forma de decorar os fados preferidos pelo pai, assim como Ó Ai Ó Linda e Menina das Tranças Pretas.
O recreio da escola primária da Mouraria era um palco para a menina de seis anos. Em entrevista ao Correio da Manhã, a antiga auxiliar de educação da escola, Dª. Fernanda, referiu qua a jovem fazia uma roda com as colegas e depois ia para o meio delas onde cantava, com as professoras de vigia nos vestíbulos ou atrás das janelas, para que não se sentisse constrangida.
Outro dos seus hobbies era o sapateado, praticado à porta de casa com caricas de Coca-Cola coladas nos sapatos. Cantava em casa e, a cumprir o papel de microfone, utilizava latas de laca e desodorizantes. «Era a minha imitação do Fred Astaire!», declarou posteriormente.
Já na adolescência, Mariza passa a frequentar a Escola Secundária Gil Vicente. Era hábito seu fugir de casa para ir ouvir as noites de fado para o Grupo Desportivo da Mouraria, onde permanecia à porta, já que não lhe permitiam a entrada.
Até se assumir como fadista cantou diversos géneros musicais como, pop, gospel, soul, jazz e ainda música ligeira, acompanhando o artista/cantor Luís Filipe Reis. Na época, não caía bem entre os amigos dizer que um dos seus hobbies era cantar fado. Formou com alguns amigos uma banda de covers de nome Vinyl, e costumavam cantar no bar Xafarix, em Lisboa. Mais tarde formou os Funkytown.
A música brasileira era uma atracção para Mariza que viveu durante cinco meses no Brasil, no ano de 1996.
Foi numa das mais típicas casas de fados de Lisboa, o Sr. Vinho, propriedade de Maria da Fé e de José Luís Gordo, situada na Lapa, que Mariza começou a cantar mais profissionalmente. «Maria da Fé foi praticamente a professora dela aqui», segundo José Luís Gordo, que chegou a escrever dois fados para a intérprete. A primeira música que cantou em público foi Povo que lavas no rio. Cantou também noCafé Café, propriedade de Herman José.