Raquel
Tavares (Lisboa, 11 de janeiro de 1985) é uma fadista portuguesa.
Assinala a fadista Beatriz da Conceição como uma das suas maiores
referências.
O
seu nome ganhou uma notoriedade nacional no fado pela primeira vez em 1997, ano
em que, com 12 anos, venceu na Grande Noite do Fado, iniciativa da Casa da
Imprensa.
Ainda
antes de de lançar o seu álbum homónimo foi a "atracção nacional" na revista do
ano de 2005 "Arre Potter que é demais!", no Parque Mayer, mais
concretamente no Teatro Maria Vitória.
O
seu álbum Raquel Tavares chegaria em 2006, pela editora Movieplay. Na
produção esteve Jorge Fernando, que também tocou viola.
2006
foi ainda o ano em que recebeu o Prémio Revelação Amália Rodrigues, da Fundação
Amália Rodrigues.
Na
primavera de 2008, também pela Movieplay, saiu Bairro, o álbum de estúdio
seguinte produzido por Diogo Clemente que também toca viola de fado.
Este trabalho inclui ainda um DVD com realização de Aurélio Vasques e Ana Rocha
de Sousa.
Raquel
Tavares participou em diversas compilações, como em Novo Fado da
editora Difference, em 2006, onde interpreta "Meditando Eu a Vi" ou
na secção "Hoje" de Fado: Sempre! Ontem, Hoje e Amanhã = Always!
Yesterday, Today and Tomorrow, da iPlay, de 2008, com o tema
"Manjerico".
A
fadista foi uma das vozes escolhidas para participar na homenagem a Adriano
Correia de Oliveira, no CD e DVD da Movieplay, Adriano, Aqui e Agora: O
Tributo, de 2007, interpretando "Cantar Para Um Pastor", com arranjo
de Diogo Clemente, tendo ainda participado noutro tributo no mesmo ano,
neste caso no documentário João Pedro Moreira "Não Me Obriguem A
Vir Para A Rua Gritar: Tributo A Zeca Afonso", da SubFilmes.
Raquel
Tavares passou já por várias casas de fados ("Café Luso",
"Senhor Vinho", "Arcadas do Faia", "Adega
Mesquita", "Adega Machado"), sendo agora uma presença
regular na Casa de Linhares "Bacalhau De Molho", onde se podem também
encontrar nomes como Celeste Rodrigues, Maria da Nazaré, Ana
Moura, Jorge Fernando, Manuel Bastos, Maria do Carmo ou Vânia
Duarte.
As
suas actuações estendem-se além fronteiras, com visitas registadas a vários
países e cidades como Paris, Roma, Madrid e até a Santiago
do Chile.
domingo, 23 de junho de 2013
Teresa
Tapadas é mais uma das novas vozes do fado. Natural de Riachos, concelho de
Torres Novas, iniciou a sua carreira no final de 1994, depois de ter sido
solista do grupo Folclórico “Os Camponeses”.
Interessa-se
pelo fado quando ouve pela primeira vez Amália Rodrigues e Teresa de Noronha.
Apesar da sua curta carreira, tem cantado com regularidade, algumas das vezes,
ao lado de nomes grandes, como António Pinto Basto, Margarida Bessa ou Carlos
Zel.
O
jornal “O Independente”, já chegou mesmo a considerá-la como “uma das melhores
vozes da nova geração fadista”.
Dos
pontos altos do seu, ainda jovem, percurso artístico podem-se destacar a
participação no espectáculo “Raízes Rurais, Paixões Urbanas”, sob a direcção de
Ricardo Pais e Mário Laginha, e a presença no elenco na Semana do Ribatejo
Fadista na Expo-98, em Lisboa.
A
confirmação absoluta do seu talento surge em 2000, quando é distinguida com o
Prémio Revelação na Grande Noite do Fado na cidade do Porto.
No
final de 2004, surgiu, finalmente o seu primeiro álbum de originais. “Meu Grão
de Paraíso”, foi o título escolhido pela cantora. O disco conta com inéditos de
Rosa Lobato Faria, Carlos Baleia, João Conceição Dias e José Luís Gordo,
apresentando ainda temas conhecidos de Amália Rodrigues, Fernanda Maria,
Fernanda Baptista e Vasco Rafael. “ (Retirado do Museu do Fado).
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Alfredo
Rodrigo Duarte, que ficou conhecido por Alfredo Marceneiro, dada a sua
profissão, nasceu em Lisboa, no dia 29 de Fevereiro de 1888, embora o seu
bilhete de identidade referisse o seu nascimento a 25 de Fevereiro de 1891.
Filho
de Gertrudes da Conceição e Rodrigo Duarte, Alfredo foi o primeiro filho do
casal, seguiram-se dois irmãos - Júlio e Álvaro - e uma irmã - Júlia.
Em
1905, quando tinha apenas 13 anos, o seu pai faleceu e Alfredo Duarte abandonou
os estudos para ir trabalhar e ajudar no sustento da família. O seu primeiro
emprego foi o de aprendiz de encadernador.
Tomou
contacto com o Fado ao assistir às cegadas de rua. Conheceu então Júlio Janota
que, para além de participar nas cegadas, tinha o ofício de marceneiro e lhe
arranjou lugar como seu aprendiz numa oficina em Campo de Ourique.
Alfredo
Duarte começou por cantar Fados nos bailes populares que frequentava, entre os
14 e os 17 anos. É nesta altura, em 1908, que faz a sua estreia na cegada do
poeta Henrique Lageosa, inspirada no argumento do filme mudo O Duque de Guise,
onde interpreta o papel da amante do Duque.
Para
além de participar nas cegadas, onde desenvolve o seu método de dizer bem e
dividir as orações, Alfredo Duarte começa a cantar em diversas festas de
solidariedade e nos retiros do Caliça, Bacalhau, José dos Pacatos, Cachamorra,
Baralisa e Romualdo, mas é no 14 do Largo do Rato que se torna mais conhecido.
É
alcunhado de "Alfredo Lulu" por se vestir de forma elegante e
aprumada, mas será o apelido de "Marceneiro", que se eternizará,
cantado pelo próprio fadista no poema de Armando Neves, de que reproduzimos um
excerto:
"Orgulho-me
de ser em toda a parte
Português
e fadista verdadeiro,
Eu
que me chamo Alfredo, mas Duarte
Sou
para toda a gente o Marceneiro"
Esse
nome artístico - "Alfredo Marceneiro" - surge numa festa de homenagem
aos cantadores Alfredo dos Santos Correeiro e José Bacalhau, como o próprio
fadista conta: "Uma noite fui convidado por amigos que já me tinham ouvido
cantar em paródias próprias da idade a ir ao Club Montanha (hoje Ritz). Dirigia
a festa o poeta Manuel Soares e perguntou: «Quem é este rapazinho? Como se
chama? Que ofício tem?» Então, quando me apresentou ao público, esquecendo o
meu apelido, anunciou: «Vai cantar a seguir o principiante Alfredo...
Alfredo... Olhem não me ocorre o apelido. É Alfredo... Marceneiro...» E ainda hoje
sou o Alfredo Marceneiro." (cf.”Guitarra de Portugal”, 15 Julho de 1946).
Ao
longo da sua vasta carreira, e apesar de manter a sua profissão de marceneiro,
Alfredo Duarte é contratado para exibições em casas como o Clube Olímpia, onde
esteve com Armandinho, Júlio Proença e Filipe Pinto, e depois em outras casas
típicas como a Boémia, na Travessa da Palha, o Ferro de Engomar, o Castelo dos
Mouros, o Solar da Alegria, ou o Júlio das Farturas, onde cantou durante um
ano.
No
ano de 1924 participa num concurso de Fados do Sul-América, um espaço situado
na Rua da Palma, e onde ganhou a "Medalha de Ouro". Nesse mesmo ano
canta durante dois meses no Chiado Terrasse para animar as noites de cinema e é
presença na "Festa do Fado" organizada pelo jornal "Guitarra de
Portugal" no Teatro São Luiz.
A
partir desta data a sua carreira prossegue com grande sucesso actuando em casas
como o Retiro da Severa, o Solar da Alegria ou o Café Mondego. Chega mesmo a
ter a sua própria casa, o Solar do Marceneiro, no final da década de 1940, mas
sendo um espírito irrequieto não consegue cingir-se a cantar diariamente nesse
espaço.
Como
exemplo dos momentos mais evidentes da admiração e fama que adquiriu ao longo
da sua longa carreira salientamos: a organização de uma festa artística, em
1933 no Júlio das Farturas do Parque Mayer; em 1936, o segundo lugar do título
"Marialva", ganho num concurso do Retiro da Severa; a 10 de Maio de
1941 um outro espectáculo denominado "Festa Artística de Alfredo
Marceneiro", desta feita no Solar da Alegria; ou, ainda, a consagração
como "Rei do Fado", no Café Luso, a 3 de Janeiro de 1948.
Apesar
do sucesso da sua carreira nunca saiu de Portugal para actuações e raramente
deixou Lisboa, embora na década de 1930 tivesse integrado alguns espectáculos
de grupos criados para efectuar tournées por Portugal, caso da "Troupe
Guitarra de Portugal", com Ercília Costa, Rosa Costa, Alberto Costa, João
Fernandes (guitarra) e Santos Moreira (viola); ou da "Troup Artística de
Fados Armandinho", com Armandinho, Georgino Gonçalves, Cecília d’ Almeida,
Filipe Pinto e José Porfírio.
Alfredo
Marceneiro cantou também no Teatro, subindo ao palco do Coliseu dos Recreios,
em 1930, com a Opereta "História do Fado", onde actuavam Beatriz
Costa e Vasco Santana. As suas interpretações em palcos de teatros incluíram
também o São Luiz, o Avenida, o Apolo, o Éden - Teatro, o Capitólio, o
Politeama, o Maria Vitória, e outros.
Em
1939, com a conhecida cantadeira Berta Cardoso, grava actuações no Teatro
Variedades e no Retiro do Colete Encarnado, que serão apresentadas no
filme" Feitiço do Império", de António Lopes Ribeiro. O "Feitiço
do Império" estreia nas salas de cinema em 1940, e tem apresentações até
1952. O filme foi protagonizado por Luís de Campos e Isabela Tovar, Francisco
Ribeiro (Ribeirinho), António Silva e Madalena Sotto. Lamentavelmente, a
película existente na Cinemateca Portuguesa apresenta-se bastante deteriorada.
As
gravações discográficas da sua obra não são muitas, uma vez que não apreciava
cantar senão nos locais que considerava próprios e com a presença do público.
Assim, apesar de ter gravado o seu primeiro disco, para a Casa Cardoso, em
1930, com os temas "Remorso" e "Natal do Criminoso", passou
logo depois a ser artista privativo da Valentim de Carvalho. Seguiram-se apenas
quatro LP’s e três EP’s, o último, "Fabuloso Marceneiro", gravado aos
70 anos.
O
fadista também fez poucas aparições em programas de televisão. Em 1969, uma
equipa técnica constituída por Henrique Mendes e Carlos do Carmo, como
produtores, Luís Andrade, como realizador e José Maria Tudella, como operador
de imagem, tem de se deslocar ao Bairro Alto para acompanhar Alfredo Marceneiro
nas suas interpretações e poder assim realizar uma reportagem documental para a
RTP. Dez anos mais tarde, em 1979, será pela intervenção do seu neto Vítor
Duarte, que acederá a realizar um programa para a RTP, o qual foi exibido a 14
de Janeiro de 1980 e editado em DVD, pela Ovação, em 2007.
Apesar
da sua fama e sucesso crescente mantém a profissão de marceneiro, até à década
de 1930 nas oficinas de Diamantino Tojal e, posteriormente, nas Construções
Navais do Arsenal do Alfeite, que depois passaram a ser administradas pela
C.U.F..
Só
em 1946 se dedica exclusivamente ao Fado como profissional, conservando no
entanto em casa o banco de marceneiro e as ferramentas com que se entretinha a
fazer pequenos trabalhos, um dos quais "A Casa da Mariquinhas", obra
que merece especial relevo pelo cariz emblemático que assume para a própria
História do Fado de Lisboa. Trata-se de uma construção em madeira, na escala de
1 por 10, em que, inspirado na letra de Silva Tavares, construíu/reconstruíu a
casa evocada na descrição do poeta. Esta peça está actualmente na exposição
permanente do Museu do Fado.
Alfredo
Marceneiro considerava-se um estilista e nesta criação de estilos acabou por
ser autor de composições que são hoje consideradas Fados tradicionais. A sua
primeira composição foi a "Marcha do Alfredo Marceneiro", mas
seguiram-se muitas outras como: "Fado Laranjeira", "Lembro-me de
ti", "Fado Bailado", "Fado Bailarico", "Fado
Balada", "Fado Cabaré", "Fado Cravo", "Fado
CUF", "Fado Louco", "Mocita dos Caracóis", "Fado
Pagem", "Fado Pierrot", "Bêbado Pintor" e "Fado
Aida". Com a ajuda de Armando Augusto Freire (Armandinho), que lhe passa
para pauta as suas criações, o fadista regista as suas músicas na Sociedade de
Escritores e Autores Teatrais Portugueses.
O
fadista foi pai de cinco filhos. Os primeiros dois: Rodrigo Duarte e Esmeraldo
Duarte, resultaram de duas relações efémeras e os outros três: Carlos, Alfredo
e Aida são fruto da sua união com Judite de Sousa Figueiredo com quem viveu até
à data da sua morte, a 26 de Junho de 1982.
"Ti’
Alfredo" para os fadistas e amigos continua a ser considerado um dos
fadistas maiores, seguido como um modelo na forma de dividir os versos
cantados, não permitindo que as pausas musicais interrompam o sentido das
orações. A sua figura característica, sempre de boina e lenço de seda ao
pescoço, será recordada juntamente com o seu modo particular de interpretar,
com o balancear de ombros e tronco e as mãos nos bolsos.
Alfredo
Marceneiro reforma-se em 1963, realizando-se a 25 de Maio desse ano, no Teatro
S. Luiz, a festa de título: A MADRUGADA DO FADO - Consagração e despedida do
Grande Artista Alfredo Duarte Marceneiro. Na verdade esta não foi uma
despedida, Alfredo Marceneiro continuou a cantar durante quase mais duas
décadas.
Em
23 de Junho de 1980, numa cerimónia realizada no Teatro São Luiz, é-lhe
entregue a "Medalha de Ouro de Mérito da Cidade de Lisboa", pelo
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Eng.º Krus Abecassis.
Homenagens
póstumas:
-
"Comenda da Ordem do Infante D. Henrique", atribuída a 10 de Junho de
1984 pelo Presidente da República General Ramalho Eanes;
-
A Câmara Municipal de Lisboa dá o seu nome a uma rua do Bairro de Chelas;
-
Em 1991 foi comemorado o centenário do nascimento do fadista e entre outros
eventos foi lançado o duplo álbum "O melhor de Alfredo Marceneiro"
(EMI-Valentim de Carvalho) e foi exibido na RTP o documentário "Alfredo
Marceneiro é só Fado".
Fernando
Tavares Farinha nasceu no Barreiro a 20 de Dezembro de 1928, embora no seu
Bilhete de Identidade seja indicada a data de 5 de maio de 1929. Quando tinha
apenas 8 anos a família muda de residência para o bairro da Bica, em Lisboa.
Em
1937, com apenas nove anos de idade começou a cantar o Fado e participou em
representação do bairro da Bica num concurso inter bairros, o que lhe valeu o
subtítulo que ficou por toda a sua vida - o " Miúdo da Bica ".
Fernando Farinha começou assim a cantar nesse concurso realizado na verbena de
Santa Catarina de que era proprietário José Miguel.
Quando
tinha 11 anos o seu pai faleceu e, com uma licença especial e ajuda do
empresário José Miguel, Fernando farinha tornou-se fadista profissional,
contribuindo com os seus cachets para o sustento familiar.
Desta
forma foi contratado pelo mesmo empresário para cantar nas verbenas do Alto do
Pina, Ajuda, Santo Amaro e outras, a que se segue a sua primeira integração num
elenco de casa de Fado, no Café Mondego, situado na Rua da Barroca.
O
seu primeiro disco foi gravado em 1940 e incluía os temas: “Meu Destino” e
“Sempre Linda”. No ano seguinte, 1941, fará a sua estreia na revista,
participando na revista “Boa vai ela”, no Teatro Maria Vitória. Voltará apenas
a actuar mais uma vez em teatro de revista, muitos anos mais tarde, em 1963, na
peça “Sal e Pimenta”.
Após
a passagem pelos palcos e o lançamento do seu primeiro disco, Fernando Farinha
volta a apresentar-se no circuito de casas típicas, passando pelo “Retiro da
Severa”, “Solar da Alegria”, “Café Latino” ou “Café Luso”, entre outros
espaços.
Fernando
Farinha faz a sua primeira digressão ao Brasil com 23 anos. Permanece quatro
meses nesse país, contratado para actuar na “Taverna Lusitana”, na Rádio Record
e na TV Tupi de São Paulo. Quando regressa a Portugal integra o elenco da
“Adega Mesquita”, onde permanecerá a partir de 1951 por um período de onze
anos.
Em
1960 ganha o concurso "A Voz Mais Portuguesa de Portugal " e, no
mesmo ano, festeja as suas Bodas de Prata artísticas, no Coliseu dos Recreios,
em Lisboa, e depois no Palácio de Cristal, no Porto.
Em
1961 é-lhe atribuída a 2º classificação no concurso Rei da Rádio, no ano
seguinte recebe a Taça Rei da Rádio de 1º classificado e, no ano de 1963, o
Óscar da Casa da Imprensa para o melhor fadista.
Fernando
Farinha filmará a sua história na película "O Miúdo da Bica ", num
filme realizado por Constantino Esteves que se estreia no Éden em Julho de
1963. No ano seguinte, 1964, o mesmo realizador apresentará o filme "A
Última Pega", com Leónia Mendes, Fernando farinha, Júlia Buisel, Cunha
Marques e Vicente da Câmara.
Em
1965 é convidado a actuar em Paris, para os emigrantes portugueses e no mesmo
ano deslocou-se ao Canadá e Estados Unidos da América onde voltou posteriormente
devido ao êxito ali alcançado. Nas décadas seguintes será sobretudo para as
comunidades emigrantes da Europa e da América do Norte que Fernando Farinha
actuará, fazendo espectáculos na Bélgica, França, Alemanha, Estados Unidos e
Canadá.
Para
além de ter popularizado temas como “O Miúdo da Bica” ou “Fado das
Trincheiras”, o fadista foi também autor e compositor de muitos temas, os quais
estão registados na Sociedade Portuguesa de Autores.
Alguns
temas da sua autoria que interpretou com grande sucesso foram o “Belos Tempos”,
“Eu ontem e hoje”, “Um Fado a Marceneiro”, “Estações de Amor” ou “Cinco
Bairros”. Mas muitos desses temas que criou foram interpretados por outros
intérpretes, como é o caso de “O teu olhar”, interpretado por Carlos Ramos;
“Lugar vazio”, cantado por Tony de Matos e Hermínia Silva; “Fado Rambóia” e “Já
não tens coração”, popularizados por Manuel de Almeida; ou ainda “Isto é Fado”,
cantado por Fernanda Maria, apenas para citar alguns exemplos.
Fernando
Farinha gostava também de fazer caricaturas dos seus colegas e companheiros de
profissão, aos quais oferecia muitas vezes os resultados desta sua arte.
O
fadista faleceu a 12 de Fevereiro de 1988.
Observações:
A
Câmara Municipal de Lisboa, no intuito de perpetuar a memória do fadista, atribuiu
o seu nome a um arruamento da Freguesia de Marvila.
Nascido
a 29 de Junho de 1941,na freguesia da Graça, em Lisboa, foi baptizado com o
nome de Rodrigo Ferreira Inácio.
Aos
18 anos, foi convidado a fazer parte de um conjunto musical denominado "Os
Cinco Reis".Este grupo obteve grande sucesso no início dos anos 60, tendo
participado em muitos programas de televisão, em directo. Grava um disco de
êxito (“O Pepe”) apresentando-se em muitas salas de Lisboa e não só, donde se
destaca o então famosíssimo “Passatempo para Jovens”.
Aos
21 anos, sente necessidade de aprender algo mais que o ajude a fazer face à
vida. Assim, vai para França afim de aprender a língua francesa. Na véspera da
partida para Paris, resolve fazer uma festa de despedida com alguns amigos,
passando a noite a fazer aquilo a que normalmente se chama visitar as
“capelinhas”. Terminaram a noite numa casa de fados em Alcântara, a velha “Cesária”,
local onde nunca tinha entrado. Ao integrar-se naquele ambiente, não sendo
propriamente um apreciador de fado, sentiu algo de muito forte naquela sala,
perguntando-se: “Que Fenómeno este tão estranho, que leva todos os
presentes a transformarem-se quando se ouve o tocar duma guitarra acompanhando
qualquer voz por muito rouca que seja e sentir que em tudo aquilo que se sente
e ouve, há muito de Portugal?”.
Incitado
pelos amigos, resolveu participar daquele ambiente fadista cantando o único
fado que sabia, por estar muito na moda e o ouvir muitas vezes na rádio: “Biografia
do Fado”, celebrizado por um grande senhor do Fado: Carlos Ramos. Mal
acabou de cantar, sentou-se, pois não sabia mais nenhum. Dos que o ouviram,
ninguém queria acreditar que aquele rapaz afável e educado, desconhecesse
outros fados e mais ainda, que seria a primeira vez que o teria cantado. Depois
de muitas explicações (toda a gente o queria ouvir cantar mais), lá
acreditaram, por sentirem estar a falar a verdade.
Este incidente marcou-o
para o resto da vida. Já em França, com bastante surpresa sua, o momento que
mais recordava, para além da saudade que sentia da família, era o daquele
mágico momento fadista.
Aos
26 anos regressa definitivamente a Portugal e grava o seu primeiro
disco, “A Última Toirada Real em Salvaterra”.Embora o tenha gravado na
qualidade de amador, o disco obteve enorme sucesso, o mesmo acontecendo aos
discos que se seguiram. É então que, aos 30 anos, se torna profissional,
deixando o cargo de Sócio-Gerente de uma conhecida editora gráfica para se dedicar
exclusivamente à sua paixão:O FADO.
Embora
nascido em Lisboa, é conhecido pelo “fadista de Cascais”, onde vive há cerca de
quarenta anos. Durante 31 anos foi proprietário do "Forte D.
Rodrigo" - uma das mais famosas Casas de Fado, em Cascais.
Fica
assim explicado o facto do seu nome estar sempre ligado a Cascais, como se
comprova através de variadíssimos artigos escritos em publicações em muitas
partes do Mundo, o que levaria a Câmara Municipal de Cascais a distingui-lo com
medalha de mérito, passando assim a fazer parte dos notáveis do
Concelho.
A
sua discografia conta com trinta e seis trabalhos de longa duração, na sua
maioria, discos de ouro ou prata, donde se destaca o seu mais recente trabalho
intitulado «Marés de Saudade» (Novembro de 2002). Divulgador da canção Lisboeta
em todo o Mundo, RODRIGOrepresentou inúmeras vezes o nosso País em
certames internacionais, fazendo-o sempre de maneira honrosa, donde se destacam
as seguintes participações:
-
Primeiro centenário da Cidade de Joanesburgo - África do Sul
-
Festival Autour du Monde-Casino de Monte Carlo - Mónaco
-
Festival del Sol – Trujillo, Espanha
- Jantar
de Gala em Honra do Presidente norte-americano Jimmy Carter, em Washington
Por
tudo isto, não terá sido surpreendido ao ser distinguido peloSenado, com o
Diploma de Agradecimento pela sua prestação cultural ao povo do Estado de Rhode
Island, nos Estados Unidos da América.
Durante
os seus 40 anos de carreira, actuou em diversas salas de espectáculo e cadeias
de televisão pelos cinco cantos do Mundo. Exemplos: Espanha, Alemanha, França,
Canadá, Estados Unidos da América, Brasil, Venezuela, África, etc.
Actualmente,
com 66 anos, RODRIGO é, sem dúvida, um caso raro de popularidade e simpatia,
premiado pela admiração, carinho, respeito e amizade de todo o Povo Português.
(http://rodrigofadista.blogspot.pt/)