terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Paroles... Paroles...


Dalida, nome artístico de Iolanda Christina Gigliott (Cairo, 17 de Janeiro de 1933 — Paris, 3 de Maio de 1987) foi uma cantora egípcia de origem italiana que fez carreira em França alcançando enorme sucesso em todo o mundo.
Ela vendeu mais de 120 milhões de cópias, ganhou 55 discos de ouro e foi a primeira cantora a receber um disco de diamante.
Filha de pais italianos, nasceu em Choubra, um distrito da cidade do Cairo, no Egipto. Seu pai era violinista de ópera e desde menina passou a receber lições de música. Tornou-se numa bela mulher e em 1954 ganhou o concurso de Miss Egito.
A seguir mudou-se para Paris para tentar uma carreira como actriz de cinema. Apesar da sua beleza e imenso talento, os seus primeiros filmes não obtiveram sucesso e ela passou a cantar em salões de música, teatros e cabarets, apresentando músicas em francês, italiano e outras línguas.
Escolheu o nome artístico Dalila, modificado para Dalida, passou a gravar discos, sendo que seu segundo álbum, chamado Bambino estourou nas paradas de sucesso na França e em toda a Europa. Em 1957, apareceu no Olympia de Paris apresentando-se na abertura de um show do cantor francês, Charles Aznavour. No mesmo ano, apresentou-se na abertura do show de Gilbert Bécaud, outro grande ídolo da época. Passou a gravar em diversas línguas, cantando no mundo todo. Os shows que fez no Carnegie Hall, em Nova Iorque, tiveram lotação esgotada, facto inédito para uma cantora estrangeira. Lotou o Palais des Sports, em Paris, facto também inédito para uma cantora solo.
Durante sua carreira, Dalida gravou mais de 400 músicas em francês, 200 das quais foram traduzidas para o italiano e 200 para outras línguas.
Embora tivesse enorme sucesso, a vida privada de Dalida foi marcada por uma sequência de relacionamentos trágicos e infelizes. Em 1961, casou-se com seu mentor Lucien Morisse. separam-se alguns anos depois. Famoso também foi seu grande amor, com o cantor Italiano Luigi Tenco, que se suicida em sinal de protesto, após sua apresentação no Festival de San Remo, na Itália, em 1967. Dalida, em desespero, também tenta o suicídio, pouco tempo depois, mas é encontrada ainda com vida, num quarto de hotel e levada para o hospital, onde permanece 5 dias em coma. Anos depois, Morisse, já casado pela terceira vez, também cometeu suicídio, abalando profundamente a cantora que já havia perdido seu grande amor, Luigi Tenco.
Ela recuperou-se parcialmente destas perdas e continuou a cantar, mas para ela, a vida tinha pouco sentido e foi buscar outras formas de realização pessoal, saiu a procura de um sentido maior para sua vida e o encontro com Deus. Nessa busca incessante, fez uma viagem ao Nepal para estudar a religião hindu. Tentou adoptar uma menina brasileira, de apenas 11 anos de idade, a quem ela amava profundamente, pois seu maior sonho era a maternidade, mas a menina vivia com seus pais e seu pai, um engenheiro militar brilhante, chefiava em Paris uma importante missão do Governo Brasileiro, que ainda vivia sob a ditadura militar e ao término de sua missão, dois anos depois, não cedeu aos choros e apelos da menina, já com 13 anos e das freiras do colégio onde ela estudava, para permanecer em Paris, e assim, profundamente triste, aquela criança tão pequena e já com o coração partido, foi obrigada a retornar ao Brasil, deixando uma Dalida completamente desesperada e desnorteada. Mas o amor que as unia, se fortalece ainda mais com a distância, Dalida passa a visitar o Brasil constantemente, assumindo "sua" Maria para sempre no seu coração e secretamente, passou a cuidar dela com amor e desvelo, até sua morte. Dois anos depois, seu pai retorna a Paris, na mesma missão e alguns meses depois, já com 16 anos, Dalida vai buscar, no Brasil, "sua" Maria que finalmente está de volta e como estudava teatro no Brasil póis sonhava ser actriz, Dalida a inscreve no melhor curso de teatro da época, onde a menina passa nos testes com louvor e começa seus estudos seriamente debaixo dos olhos atentos de Dalida e dessa vez, mais velha e com mais liberdade, Maria e Dalida tornam-se inseparáveis. "Mãe e filha" sonham com o futuro e sabem que dessa vez, Maria se tornaria maior de idade e ficaria para sempre ao seu lado... O pai de Maria termina sua missão e volta para o Brasil, quase as vésperas da menina completar 18 anos e mais uma vez, não cede aos seus apelos, "arrastando" sua filha que volta "revoltada e infeliz" ao seu país, exatamente no dia da estréia do show de Dalida no Olympia. pegada de surpresa, o público assiste a uma das maiores e mais emocionantes interpretações de Dalida, que explode toda sua dor e revolta no palco, cantando para "sua" Maria e dessa vez, disposta a trazer "sua" menina de volta assim que ela se tornasse maior de idade. No seu último ano de vida, retoma sua carreira de atriz, em 1986, no filme egípcio Le Sixième Jour de Youssef Chaine e sua interpretação de uma velha avó é elogiada no mundo inteiro. Dalida parece recuperar-se da reclusão em que vivia nos últimos tempos e faz planos para sua carreira e embora não pretenda abandonar a música, faz planos para montar um grande espectáculo musical, "Cleópatra", e encenar no teatro, ao lado de " sua filha", que já era uma atriz promissora e talentosa a peça "Filumena Marturano", do italiano Eduardo de Filippo, apresentando finalmente "sua menina" ao mundo.
Em 1983, esteve no Brasil, comemorando seus 50 anos de idade e realizou um único show-beneficente, em São Paulo, lotando a casa de espetáculos onde se apresentou, cantando entre outros sucessos, "Rio do Brasil" e "Tico-Tico no Fubá", em francês, ao lado de sua "filha brasileira", Maria, que na época tinha 20 anos, era uma atriz talentosa, e durante o show, ao cantarem juntas um dos seus maiores sucessos, "Gigi l'Amoroso", uma canção-opereta bela, porém difícil, de aproximadamente 9 minutos, Dalida sai discretamente do palco deixando-a cantar sozinha. Ao invés de se "apavorar" ao perceber a ausência da grande Dalida, Maria interpreta a música com o coração, de forma tão intensa, que o público finalmente se rende aos encantos daquela jovem mulher, bela e talentosa, aplaudindo-a de pé, durante vários minutos, diante de uma Dalida radiante, emocionada e feliz, que reverencia "sua filha", entregando flores para ela no palco e aplaudindo junto com a platéia aquela jovem "paralisada", que até então, não tinha noção do seu imenso talento.
Em maio de 1987, desesperada e deprimida, ela cometeu o suicídio com uma overdose de comprimidos para dormir (barbitúricos), deixando escrito em um bilhete:

« A vida para mim se tornou insuportável, perdoem-me. »

Dalida está enterrada no Cemitério de Montmartre, em Paris, onde foi erigida uma bela estátua de tamanho natural em seu túmulo.
Em 1997, na sua Montmartre, bairro onde ela viveu desde 1962, como uma das comemorações de 10 anos de sua morte, foi inaugurada a Praça Dalida.
Seu irmão, Orlando, cujo nome verdadeiro é Bruno, produtor e empresário detém os direitos de imagem e músicas da cantora, que mesmo após sua morte, continua sendo um fenômeno de venda e vários de seus discos lançados após sua morte ganharam discos de ouro. (Wikipédia)

2 comentários:

Laura disse...

Laura disse...
Parabéns pelas suas palavras de hoje mas que fazem recordar tempos de meninice e adolescência."Paroles...Paroles... chegaram-me aos ouvidos através de si e dei por mim a trautear a canção, embora sem as paroles. Memória curta a minha!De qualquer maneira, obrigada.

Preta Lopes disse...

Linda a estória dessa mulher maravilhosa!
Assim como linda é a "filha do coração" que ela deixou. Minha "mãe do coração", Maria!
Graças a Dalida, aquela menina teve não só amor, mas apoio e força para ser quem é hoje. Atriz de sucesso e um ser humano ímpar!